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Adeus, monopólio

Abertura do setor de resseguros movimenta o mercado e a expectativa é que 1.000 vagas sejam criadas.
No mês de abril, ocorreu a abertura efetiva do mercado brasileiro de resseguros. A mudança vem movimentando as empresas da área e deve gerar até 1 000 empregos no setor. Há oportunidades para subscritores de risco, analistas, gerentes, diretores e presidentes. As empresas de resseguro são as seguradoras das seguradoras. Em outras palavras, a resseguradora garante suporte aos grandes riscos assumidos pelas seguradoras. Essa demanda, estimada por quatro consultorias e empresas do setor, se deve à entrada de novas companhias que começam a operar já este ano.
Com a quebra do monopólio do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), o órgão público que dominava a área, há cerca de 20 resseguradoras estrangeiras baseadas no Brasil que devem iniciar operação ainda este ano e outras 20 corretoras internacionais que devem aportar no país em 2009. Na falta de mão-de-obra especializada, as empresas estão repatriando profissionais de outros países.
Para suprir a necessidade de especialistas, que não foram formados nos quase 70 anos de monopólio, as companhias já começam a chamar gente que integra seus quadros de funcionários em outros lugares. A engenheira Helen Almenara, de 32 anos, voltou ao Brasil em maio deste ano para assumir o comando da operação da Marsh Global Placement, divisão de corretagem de resseguros do grupo Marsh & McLennan Companies (MMC). Ela estava no escritório da empresa em Londres, onde fez mestrado em gestão de riscos em seguros. “O profissional tem que buscar melhores taxas, analisar a solvência e a qualidade das resseguradoras envolvidas nas operações”, explica Helen. Ela acaba de trazer três profissionais de outras filiais para sua equipe, um deles da Colômbia, e vai contratar mais dois até o fim do ano, para atuar em resseguro de transporte internacional, riscos de engenharia (grandes obras) e de responsabilidade civil, usado para executivos que administram grandes fortunas em empresas privadas.
JOVENS E APOSENTADOS
O perfil mais comum na área hoje é de gente jovem, com menos de 30 anos, formada em engenharia, ciências contábeis ou Direito, com inglês fluente e vinda do mercado financeiro, já que o cálculo exato e o raciocínio rápido são requisitos. Vivência fora do país é indispensável. Na Michael Page, empresa de recrutamento de São Paulo, no primeiro semestre a procura por profissionais de resseguros, seguros e corretagem foi 65% maior do que no semestre anterior. “De janeiro a junho contratamos 30 profissionais, do subscritor de risco ao presidente da resseguradora, sendo dez brasileiros repatriados. O restante veio de outros países da América Latina”, diz Ricardo Barcelos, headhunter da Michael Page. Ele calcula que há 32 brasileiros trabalhando com resseguros fora do Brasil hoje. Além dos jovens, as empresas de recrutamento procuram experiência. Para isso, têm buscado antigos funcionários do IRB, disputados a peso de ouro.
A Mapfre do Brasil montou uma operação com quatro profissionais. Uma delas, repatriada de Madri, onde fica a sede do grupo. “Precisamos de gente que conheça o setor de seguros de incêndio e riscos de engenharia”, diz Ricardo Mariano, responsável pela operação da empresa, que deve contratar mais 15 pessoas até 2009. Esse é apenas um exemplo, outras operadoras de resseguro também estão estruturando suas operações e as oportunidades nessa área de atividade só vão aumentar nos próximos anos.

Fonte: Você S/A – Nacional

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