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Acordo inclui mulheres no mercado de TI

A Kstack, startup especializada na oferta de soluções digitais e Hunting de profissionais de TI, tem parceria firmada com a Afesu Moinho, uma das três unidades da Afesu e localizada em Cotia (SP), desde 2022, que trabalha na formação educacional e profissional de mulheres, entre adolescentes e adultas, para desenvolver um projeto cujo objetivo é inseri-las como estudantes no mercado de tecnologia, oferecendo o apoio necessário para que sejam integradas e ascendam na função de desenvolvedoras com menos dificuldade e mais abrangência.

Para mudar esse cenário, a parceria da Kstack junto à Afesu Moinho consiste em oferecer informações relevantes sobre como ter sucesso em uma entrevista, apresentar o mercado de trabalho de TI e a importância do LinkedIn para a área às meninas do curso de Tecnologia que a ONG oferece. “Hoje, no mercado, nós temos muitas vagas de TI no nível sênior, e temos pouquíssimas profissionais nesse nível; temos muitas profissionais no nível júnior ou estagiário, então a nossa grande luta é conseguir vagas júnior ou processos específicos para mulheres na tecnologia”, comenta Priscila Oliveira, Head de Cultura e Pessoas da Kstack.

A executiva ressalta que nesse mercado tecnológico, mas ainda competitivo e desigual de trabalho, a cada 10 vagas oferecidas pela Kstack, apenas uma é preenchida por mulheres, já que a dificuldade para encontrar profissionais que se adequem às posições seniores, especificamente trabalhadas pela startup, ainda é expressiva.

De acordo com uma pesquisa realizada pela PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, apenas 20%, dos 580 mil profissionais ativos trabalhando na área da tecnologia são mulheres, e 79% delas abandonam a faculdade antes de finalizar o primeiro ano de curso.

Mulheres na tecnologia

Jaqueline Meira, profissional Desenvolvedora de Software em JAVA, conta que trabalhar na área é prazeroso e que hoje já se considera adaptada, no entanto, passou por diversas situações desagradáveis por ser mulher em muitas empresas para as quais prestou serviços. “Já passei por situações no passado em que os homens achavam que, por eu ser mulher, e não ser igual a eles, podiam me humilhar”, desabafa Jaqueline, explicando que a área de tecnologia é muito complexa e exige muito raciocínio do (a) profissional envolvido (a).

“Preciso estudar sobre as atribuições que exerço todos os dias, porque para trabalhar com TI é necessário que o profissional se atualize sempre. Para desenvolver um botão, por exemplo, tem toda uma lógica, com interação back end, front end, conversação entre as partes e muito mais”, explana.

A desenvolvedora enxerga os processos realizados na área de TI como ajustáveis tanto para homens, como para mulheres. “O processo para firmar carreira na tecnologia é igual para ambos os gêneros, a grande diferença está no salário, pois o do homem ainda é maior do que o da mulher”, informa Jaqueline.

Formada em Informática [PO2] com ênfase em Banco de Dados e pós-graduada em Engenharia de Software, ela conta que se envolveu com a área, porque sempre teve facilidade com matemática e com raciocínio lógico, mas confessa que o fato de todos os seus irmãos serem desenvolvedores atuantes sempre chamou sua atenção. “Eu os via estudando e ficava envolvida, aí me apaixonei e segui o mesmo caminho”, resume Jaqueline.

Igualdade entre os gêneros

A igualdade entre os gêneros na tecnologia ainda é disforme, mas segundo a Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), haverá uma lacuna de 270 mil profissionais de TI até o ano de 2024, no entanto fatores como falta de oportunidade de desenvolvimento, falta de experiência necessária para ocupar as vagas abertas e falta de conhecimento exigido ainda são uma grande preocupação para as mulheres que desejam assumir uma profissão nessa área.

Jaqueline diz que para que haja igualdade entre os gêneros na tecnologia, é necessário que o respeito entre as partes e a compreensão quanto à capacidade de desenvolvimento das atribuições exigidas sejam o parâmetro inicial. “Nunca fui tratada melhor por ser mulher, o tratamento é realmente o mesmo para todos. Cada ser é único, mas é preciso igualar a maneira como tratamos as pessoas”, pondera a desenvolvedora.

Apesar das dificuldades das mulheres em seguir carreira na área de TI, inúmeras delas inspiraram e ainda inspiram as inovações referentes à tecnologia e à computação, Priscila da Kstack destaca Ada Lovelace, por exemplo, pioneira da computação, a Condessa do século XIX usava ferramentas analíticas para desenvolver trabalhos de tradução para um matemático. O resultado dessa combinação foi considerado o primeiro algoritmo do mundo. Já Ursula Burns é uma das mulheres mais importantes da tecnologia no mundo.

CEO da Xerox, iniciou seu trabalho na empresa como estagiária de verão na década de 1980. Seu talento permitiu uma nomeação como vice-presidente do Conselho de Exportação de Barack Obama, enquanto presidente dos Estados Unidos. Enfrentou diversas batalhas por ser mulher e negra e ao assumir seu cargo na Xerox, tornou-se a primeira mulher afro-americana CEO de uma empresa da Fortune 500.

Glória Guimarães é uma brasileira que superou inúmeros obstáculos quando decidiu iniciar sua carreira na TI do Banco do Brasil. Hoje, ela é vice-presidente da Banking Capgemini, mas também atuou na Serpro, a maior empresa pública de prestação de serviços de TI, alcançando o cargo de diretora-presidente.

Foi a única mulher a ocupar um cargo tão alto na organização, entre outras.

Fonte: NULL

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