Mercado de SegurosNotícias

Abertura do setor pode sofrer atraso

Depois de esperar anos pela abertura do resseguro, o Brasil agora corre o risco de ter a abertura adiada. Por um simples problema: falta de mão de obra. Oficialmente, a partir do dia 17 de abril as resseguradoras poderão negociar com as seguradoras e assumir riscos no Brasil, concorrendo com o IRB Brasil Re, que explorou o mercado brasileiro sozinho nos últimos 69 anos. Mas elas só poderão iniciar suas atividades depois de receber a aprovação da Susep (Superintendência de Seguros Privados).
“Já tínhamos uma estrutura deficitária para atender seguros, previdência e capitalização em razão do forte crescimento do mercado nos últimos anos. E agora, sem o respaldo de aumento de funcionários, temos a missão de regulamentar e fiscalizar o resseguro. Temos falta de funcionários para analisar todos os processos. E para tornar a situação mais crítica, as empresas demoraram muito para entrar com a documentação na Susep”, explica Armando Vergílio, titular da Susep, garantindo que todos os esforços estão sendo feitos para dar fluxo ao processo de abertura.
Enquanto os técnicos da Susep correm para analisar os processos e Vergílio para conseguir que o Ministério da Fazenda libere autorização para a realização de concurso e contratação, o movimento de estrangeiros na ponte aérea Rio/São Paulo, que por sorte opera sem tantos atrasos, nunca esteve tão intenso em razão da abertura do resseguro. Os executivos desembarcam no País para abrir escritórios de representação nas duas capitais. Buscam desde imóveis para alugar até mesmo CEO para a operação local de resseguros. “Quanto mais o tempo passa, mais eles correm. Porém há muitos detalhes”, explica Paulo César Pereira Reis, presidente da Transatlantic Re e da Associação Brasileira de Resseguradoras (Aber), que conta com mais de 15 associadas.
A expectativa é de que a Susep receberá uma enxurrada de pedido de registro entre esta e a próxima semana. O que trará à tona o caos em que a autarquia já vive com apenas cinco pedidos: J.Malucelli Re, Munich Re, Lloyd’s of London, Swiss Re, Scor Re, além de corretores de resseguros. Até o final deste mês estão entrando com pedido de registro na Susep a Transatlantic Re, a Mapfre Re, a Partner Re, General Re, Hannover Re, Paris Re e os principais sindicatos do Lloyd’s, como o Catlin. No total, são previstas cinco resseguradoras locais e 17 admitidas. Sem falar nas corretoras de resseguros. Ontem, a Susep assinou portarias autorizando a Willis Consultoria em Resseguros e Benfield do Brasil Corretora de Resseguros.
Além da falta de mão de obra na Susep, há uma enorme carência de profissionais de todos os níveis que entendam de resseguro, diz Pereira Reis. O Lloyd’s of London, por exemplo, busca um profissional local para ser o representante da instituição no Brasil.
Pereira Reis calcula em mais de 680 empregos diretos. “Para calcular os indiretos multiplique por três”, diz Pereira. Segundo ele, a saída será treinar profissionais nas matrizes das resseguradoras, além de caçar jovens talentos nas universidades de economia, engenharia, advocacia, de ciências atuarias entre outras. No Brasil, a Funenseg já desenvolveu diversos cursos em resseguro, inclusive de graduação, pós e MBA.
O consultor Luiz Roberto Castiglione estima em R$ 3,7 bilhões o volume de resseguro em 2007, R$ 4,2 bilhões em 2008 e no ano seguinte R$ 4,9 bilhões. Para 2011, R$ 6,2 bilhões.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 2)(Denise Bueno)

Fonte: Gazeta Mercantil

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?