Abertura do resseguro não assusta Petrobras
É fato que muitas empresas, inclusive seguradoras, ainda não estão preparadas para atuar em um ambiente livre do monopólio do IRB Brasil Re. No segmento dos grandes consumidores de seguros, contudo, a nova realidade não é empecilho para a Petrobras. Pelo menos é o que garante o gerente de Seguros da área de Planejamento Financeiro e Gestão de Riscos da estatal, Luiz Octavio de Mello.
– Sempre trabalhamos com a perspectiva de abertura do mercado de resseguros. Fomos ao mercado internacional, visitamos resseguradoras. Enfrentamos o desafio de dissociar a Petrobras do risco Brasil. No início, não tínhamos ganho em escala, o máximo que conseguimos foi a queda de 10% no valor nominal dos prêmios – comentou Luiz Mello, ao falar sobre a abertura do resseguro no País sob o ponto de vista dos conglomerados empresariais, semana passada, na Câmara Britânica de Comércio e Indústria (Britcham) no Rio de Janeiro.
Os ganhos e a habilidade no trato com o mercado internacional vieram de forma gradativa. Segundo ele, foi um avanço a experiência positiva originada da criação, pela Braspetro, da Bear Insurance Company, sediada em Bermudas, que proveu seguro e resseguro para operações internacionais do grupo até 2002. Ele assinala que foi a partir de então que o IRB permitiu à Petrobras apresentar cotações feitas no mercado internacional.
Luiz Mello diz que a estatal, contudo, só conseguiu colocar o resseguro em um mesmo pacote em 2006. “Tivemos uma melhora global, melhoramos os termos, as condições e limites. O prêmio dobrou, para um valor segurado que quintuplicou. Nossa perspectiva é manter estes ganhos, embora eu não seja otimista em relação aos prêmios”, analisou Luiz Otávio Mello. Mas para ele a abertura atrairá novos produtos e alimentará a competição entre os players do mercado.
Dando continuidade à política de preparar a empresa para o início da concorrência, o IRB Brasil Re fechou parceria com o Instituto Coppead de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para ministrar o Curso de Extensão em Gestão Empresarial. Comportamento organizacional, custos em administração e estratégia empresarial serão algumas das disciplinas do curso, que é aplicado in company.
Fonte: Jornal do Commercio
