Abertura do resseguro divide mercado externo
A abertura do mercado de resseguros brasileiro ainda divide as grandes resseguradoras internacionais. Temendo o que aconteceu no passado, quando a abertura já estava prestes a começar, mas tudo acabou retrocedendo e o mercado continuou fechado, a ordem lá fora é cautela. “Percebo que a comunidade internacional está dividida. Uns querem entrar logo, mas alguns vão aguardar uns dois ou três anos, que é o período previsto para o setor se estruturar”, afirma Markos Glowka, executivo responsável, em Munique, pela área de contratos de resseguros da Allianz Re, uma das maiores resseguradoras do mundo e que tem planos de atuar no país.
O executivo acaba de passar por São Paulo, onde veio participar de um fórum organizado pela AGF Seguros para discutir a tão esperada abertura do mercado.
O evento reuniu 300 executivos do setor. “As resseguradores não ficarão fora do mercado brasileiro, mas pensam que como já esperaram 15 anos não fará muita diferença atuar como admitido ou eventual por mais algum tempo”, disse, referindo-se aos três tipos de ressegurador criado pela lei complementar que abriu o mercado. Das categorias, a mais importante é a de ressegurador local, que terá a preferência de 60% dos prêmios.
Margo Black, diretora da AGF – executiva escocesa que chegou ao país no final dos anos 90 quando a abertura era dada como certa – destaca que a regulamentação que está sendo preparada é fundamental para qualquer decisão de investimento do setor no país. São as novas regras, por exemplo, que vão dizer qual será o capital mínimo para se operar aqui.
A Allianz Re, segundo a executiva, tem planos para se instalar no Brasil, mas ainda espera as regras para ver o que fará. “Todas as possibilidades estão sendo analisadas.”
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) prometeu colocar nos próximos dias a regulamentação em audiência pública, para receber comentários do mercado. A lei definitiva deve ficar pronta em dezembro e entrar em vigor em janeiro.
Fonte: Valor