Abertura do mercado brasileiro de resseguros começa amanhã
A abertura do mercado brasileiro de resseguros terá início amanhã com duas novas empresas – além do IRB-Brasil Re, antigo monopolista do setor – aptas a oferecer apólices no país. O IRB será a única companhia a operar no Brasil como resseguradora local em um primeiro momento, enquanto a britânica Lloyd´s atuará como admitida e a alemã Munich Re como eventual.
O superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Armando Vergílio dos Santos, afirmou que o número de operadoras autorizadas a operar superou a expectativa inicial da instituição e que até o fim de abril a J.Malucelli e a Munich Re devem se juntar ao IRB-Brasil Re como resseguradoras locais e Scor Re, Swiss Re, Swiss Re América e Transatlantic Re devem receber autorização para operar como resseguradoras admitidas.
Para essas empresas, as pendências dependem mais da celeridade delas. A abertura foi bem sucedida, já que a expectativa sempre foi de começar só com o IRB como local, frisou Vergílio, acrescentando que a possibilidade de adiamento da abertura chegou a ser discutida pelo Colegiado da Susep. O adiamento seria um desgaste muito grande de imagem e por isso fizemos um trabalho paralelo, que foi o de procurar as empresas, afirmou.
Vergílio revelou ainda que a crise desencadeada pelo mercado de hipotecas de alto risco (subprime) nos Estados Unidos atrasou a decisão de algumas companhias de entrar no mercado brasileiro. Segundo ele, grande parte das empresas que enviaram solicitações à Susep o fizeram nas últimas duas semanas.
A crise atrasou a decisão dos resseguradores lá fora, o que fez com que houvesse atraso no envio da documentação para a Susep, ressaltou Vergílio.
Além das já citadas, a Superintendência analisa os pedidos da XL Re como empresa local, da American Home e da XL Re como admitidas e da Mapfre Re como eventual. Além disso, divulgaram intenção de atuar no Brasil a Mapfre Re, como local, e a Partner Re, Hannover Re e Federal Insurance Company como admitidas.
Para atuar como resseguradora local, a empresa tem que abrir uma sede no país, ter capital mínimo de R$ 60 milhões e mais o valor proporcional ao tamanho da operação. Já os admitidos precisam de um escritório no país e de um capital mínimo de US$ 5 milhões. A partir de amanhã, cada operação de resseguro deverá ter um fatia de pelo menos 60% do total do contrato oferecida às empresas locais, patamar que vale até 2010, quando será reduzido para 40%.
Fonte: Valor