A importância da cultura da proteção financeira na vida da mulher
De cada quatro mulheres agredidas, uma não denuncia o agressor porque depende economicamente dele. Ultrapassar essa barreira depende não só da conscientização de que o machismo existe e precisa ser superado, como também do aumento da cultura da proteção financeira para elas.
Pelo menos é o que acredita Fernanda Sawczyn, empreendedora, ativista do bem-viver da mulher e sócia diretora da SawczynPrev Corretora de Seguros.
Seguro Nova Digital A proteção financeira é essencial para todas as pessoas que pensam em construir um futuro tranquilo. Por que para mulher o seguro pode ter um valor diferente?
Fernanda Sawczyn Nós desempenhamos vários papéis, desde empresária até mãe e dona de casa. O seguro funciona como uma forma de independência financeira e liberdade de sermos protagonistas das nossas vidas. Uma mulher saudável deixa a sociedade inteira saudável, pois temos no nosso DNA a proteção e o cuidado, gerindo, inclusive, o cuidado de outras pessoas.
Vivemos mais que os homens e nos aposentamos antes deles. Então, devemos nos preparar melhor a fim de garantirmos nossa estabilidade financeira.
S.N.D Como você observa a criação de produtos específicos para esse público?
F.S Temos nossas particularidades, tanto biológicas quanto socioeconômicas. Existem doenças exclusivas como câncer no útero, no ovário, até mesmo na mama, menos recorrente entre os homens. Representamos, também, 52% da população, somos metade dos empreendedores do Brasil, cerca de 45% das casas são chefiadas por mulheres e, mais do que isso, 12 milhões de mães criam seus filhos sozinhas. Como não olhar para elas?
S.N.D E qual segmento de seguro pode se criar produtos adequados às mulheres?
F.S No ramo de pessoas e benefícios, como cobrir eventos em vida relacionado a agressão, divórcio, nascimento dos filhos, por exemplo. Eu acredito que além de criar produtos específicos, quando necessário, é de suma importância a inclusão naqueles produtos que já existem, como as doenças femininas na cobertura de doença graves do seguro de vida. Assim, diminuindo alguns abismos e tendo um olhar do todo, o que não exclui um atendimento específico para elas.
S.N.D Cite um caso que você percebeu como o seguro financeiro ajudou uma mulher.
F.S Tivemos uma cliente na qual conseguimos fazer um seguro fiança para ela, pois na época não estava achando um fiador. Em seguida, essa segurada nos contatou para agradecer o apoio da corretora. Ela disse que graças ao seguro conseguiu alugar uma residência, saiu de onde morava e deixou de ser violentada pelo seu marido. O seguro foi a única saída dela, pois não tinha para quem mais recorrer.
S.N.D Hoje em dia, existem uniões importantes de mulheres no mercado. É o caso, por exemplo, da Sou Segura e do CESB. É importante também que as profissionais que ajudam a construir esse setor estejam juntas?
F.S Incrível. É uma rede de apoio que nós profissionais temos. Quanto mais forças essas associações tiverem, mais conseguimos fazer barulho para criar produtos para nós. A gente precisa se sentir representada e as entidades nos dão esse apoio.
S.N.D Como você analisa o papel do corretor no desenvolvimento de novos seguros?
F.S O corretor tem um papel social extremamente importante. Ele está mexendo com o dinheiro, com a conquista e com os sonhos do seu cliente. Por isso, o profissional deve ser mais humanitário e não vender por vender, prática muito comum no mercado, principalmente no ramo de automóvel. Enxergar a sua importância real e escutar verdadeiramente o cliente são pontos relevantes que devem ser levados em consideração.
S.N.D A SawczynPrev já está focando em proteções específicas para mulheres, reforçando, inclusive, seu papel no Agro. Conte sobre isso.
F.S As mulheres no agro e no campo são muito fortes. É um público diferente das cidades grandes, o que despertou o interesse muito grande de como auxiliá-las. Estou unindo ambos os mundos e está sendo uma experiência muito interessante, porque elas têm demandas diferentes de grande parte do público.
Fonte: NULL