Vendas e provisões de previdência privada crescem na casa de dois dígitos até abril
As vendas de planos de previdência privada aberta continuam aceleradas. Tanto que, nos quatro primeiros meses do ano, a arrecadação totalizou R$ 15,6 bilhões, crescimento de 14,02% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Mais uma vez, o plano VGBL destacou-se em termos de receita, ao movimentar R$ 12,6 bilhões, alta de 16,12% sobre os quatro primeiros meses do ano passado. O crescimento do VGBL está atrelado ao aumento da renda média dos brasileiros. Uma parcela significativa da população saiu da classe D e E para a classe C e passou a ter condição de poupar. Por outro lado, as seguradoras se interessaram em oferecer produtos que captassem a poupança da população bancarizada, afirma Marco Antônio Rossi, presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida(FenaPrevi).
Ele explica que o VGBL é indicado, principalmente, para quem não declara Imposto de Renda pessoa física pelo modelo completo de declaração anual de ajustes. Mas, pode ser, também, contratado por aquelas pessoas que querem aportar valores acima do limite de 12% que podem ser deduzidos na declaração completa do IR. A arrecadação do PGBL cresceu 14,77% e acumulou R$ 1,9 bilhão. Este plano é voltado para quem utiliza o modelo completo da declaração anual de ajustes do IR pessoa física. O PGBL também tem tido uma procura significativa. O investidor de maior renda tem procurando mais por esta modalidade para usufruir do benefício fiscal, afirma o presidente da FenaPrevi. Na sua avaliação, o crescimento da arrecadação do VGBL e do PGBL tem relação direta com a combinação de três fatores: estabilidade econômica, cenário próximo ao pleno emprego e aumento substancial da renda dos brasileiros. O número de contratos de planos de previdência privada aberta cresceu 3,95% no primeiro quadrimestre e saltou de 10,2 milhões para 10,6 milhões. E cerca de 101,7 mil pessoas já recebem benefícios da previdência privada, afirma Rossi. Já os planos tradicionais totalizaram aportes no valor R$ 1,065 bilhão no período. Outros produtos de previdência (FAPI, PGRP e VGRP) arrecadaram R$ 4,7 milhões. RANKING. A Bradesco Vida e Previdência liderou o ranking de arrecadação no primeiro quadrimestre de 2011, com 29,18% do total arrecadado; a BrasilPrev (27,10%); Itaú Vida e Previdência (21,78%); Caixa Vida & Previdência (7,32%); Santander Seguros (4,69%); HSBC Vida e Prev. (3,98%); Icatu Seguros (0,89%); Safra Vida e Prev. (0,85%), Sul América Seg e Prev. (0,85%); Porto Seguro Vida e Previdência (0,57%). As demais entidades somam, no total, 2,80% da arrecadação.
Por segmento, os dados da Fenaprevi mostram que, no quadrimestre, em planos individuais receberam aportes no valor de R$ 13,2 bilhões, apresentando expansão de 15,94% na comparação aos R$ 11,4 bilhões arrecadados no quadrimestre de 2010. Os planos para menores, por sua vez, tiveram alta de 18,11% e arrecadação de R$ 524,9 milhões. Já os aportes para os planos empresariais registraram R$ 1,8 bilhão, alta de 1,35%. Os dados da FenaPrevi tomam como base os resultados de suas associadas- 64 sociedades seguradoras e 15 entidades abertas de previdência complementar. iNVESTIMENTO. O total da carteira de investimento da previdência privada aberta revela a mudança de comportamento do brasileiro. Mostra o perfil de uma população que agora possui renda disponível para investir e garantir renda no futuro. A carteira de investimento totaliza R$ 236,6 bilhões, crescimento de 21,95% em relação a abril de 2010. Segundo a Fenaprevi, a carteira do VGBL obteve alta de 28,84%, de R$ 103,8 bilhões para R$ 133,7 bilhões. Já o PGBL cresceu 16,52% no período. A carteira do produto passou de R$ 50,4 bilhões para R$ 58,8 bilhões. Por fim, a carteira de planos tradicionais passou de R$ 39,2 bilhões para R$ 43,5 bilhões, alta de 10,99%. Os demais produtos, FAPI, PRGP, VRGP, alcançaram R$ 501,7 milhões, inflexão de -0,20%.
PROVISÕES. Os recursos acumulados pelos titulares dos planos do sistema de previdência complementar aberta apresentaram saldo de R$ 228,8 bilhões e alta de 22,55% em abril de 2011. No mesmo período do ano anterior, as provisões totalizaram R$ 186,7 bilhões. As provisões do VGBL tiveram o crescimento mais expressivo no mês, 28,86%, passando de R$ 104,1 bilhões para R$ 134,1 bilhões. O PGBL cresceu 16,41% no período e as reservas do produto passaram de R$ 50,1 bilhões para R$ 58,4 bilhões. As reservas de planos tradicionais, por sua vez, passaram de R$ 31,9 bilhões para R$ 35,7 bilhões no período, alta de 11,97%.Com relação a market share, os planos VGBL mantiveram a liderança no volume de depósitos no sistema de previdência complementar, com 58,62% do total, seguidos pelos PGBL, com 25,52% do volume total de provisões, enquanto os planos tradicionais contaram com 15,64% do volume total de provisões. Outros produtos incluindo os Fapi – completam a equação, com 0,22%. Em abril, o mercado de previdência privada aberta arrecadou R$ 3,8 bilhões, alta de 5,85% na comparação aos R$ 3,6 bilhões no mesmo mês do ano anterior. No resultado mensal por segmento, o destaque ficou por conta dos planos para menores, que cresceram 18,07% e arrecadaram R$ 130,3 milhões em relação ao mesmo mês de 2010. Os planos individuais, por sua vez tiveram alta de 5,70% com aportes de R$ 3,2 bilhões. Os planos empresariais arrecadaram R$ 446,6 milhões no período. Já o produto VGBL obteve arrecadação de R$ 3 bilhões com crescimento de 4,24% no período. E o volume de contribuições do PGBL registrou R$ 513,8 milhões no mês, alta de 19,08%. Os aportes aos planos tradicionais registraram R$ 265,4 milhões no período. Os outros produtos de previdência (FAPI, PGRP e VGRP) arrecadaram R$ 1,1 milhão no período, com leve alta de 0,69%.
Fonte: Viver Seguro