Brasil perde R$ 46 bilhões com inadimplência, diz Serasa
A Serasa Experian estima que a economia brasileira sofra perdas de até R$ 46 bilhões com a inadimplência em um período de dez e 18 meses. Os cálculos foram feitos a partir da estimativa do Banco Mundial de que a aplicação do cadastro positivo em sua plenitude possa fazer a inadimplência do consumidor cair até 45% no País.O cadastro positivo ou de “bom pagador” é uma espécie de banco de dados que contém nomes de pessoas que pagam suas contas em dia e poderiam, em tese, ser beneficiadas com a redução das taxas de juros na hora de contrair empréstimos.No dia 31 de dezembro de 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou integralmente o projeto de lei aprovado pelo Congresso que instituía o cadastro positivo. Apesar do veto, o governo editou uma medida provisória (MP) sobre o tema, onde determina que cabe ao executivo a regulamentação do acesso e compartilhamento das informações dos consumidores recebidas pelas instituições de crédito.Segundo a Serasa, a aplicação desse cadastro positivo faria a participação da inadimplência da pessoa física no spread bancário – diferença entre a taxa de captação de recursos e a de aplicação das instituições financeiras – cair de 9,5 pontos percentuais para 5,22, uma redução de 4,28 pontos percentuais.Por sua vez, o estoque de crédito para pessoa física é da ordem de R$ 418,6 bilhões. Aplicada a redução do spread sobre ele, a economia com juros promovida pelo cadastro positivo seria de R$ 17,9 bilhões em cerca de 18 meses – prazo médio das operações de crédito ao consumidor.Além disso, a elasticidade do crédito ao consumo na comparação do Produto Interno Bruto com a taxa básica de juros (Selic) seria de 0,18% em dez meses. Esse percentual frente à redução do spread geraria um impacto adicional de R$ 28,1 bilhões ou 0,77% do PIB, no período.Além conseguir reduzir a inadimplência, segundo a Serasa, a aplicação do cadastro positivo poderia inserir até 26 milhões de pessoas no crédito.
Fonte: O DIA ONLINE
