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Brasileiros finalmente escapam do terror na Líbia

Os últimos 148 brasileiros que estavam na Líbia — país sacudido pelos confrontos entre forças de segurança e manifestantes que querem derrubar o governo — conseguiram finalmente escapar do inferno. Eles desembarcaram de navio em Atenas, Grécia, ontem de manhã, após viagem que durou 22 horas. Na prática, porém, já estavam havia dois dias na embarcação, que não conseguiu zarpar na sexta-feira da cidade líbia de Benghazi devido ao mau tempo.
O grupo viaja hoje cedo para Portugal e, de lá, segue para Recife (PE) num voo fretado. A previsão é chegar no Brasil às 22h. A maioria dos brasileiros é de funcionários da empresa Queiroz Galvão que trabalhavam em obras de infraestrutura no país árabe, suas mulheres e filhos.
Eles afirmam que os cidadãos de Benghazi foram solidários. “Sem a ajuda deles, não sei o que teria acontecido. Não saíamos às ruas. Eram eles que levavam comida, água, tudo para a gente”, contou emocionada à Agência Estado a brasileira Erika Canuto, que voltou com o marido e a filha de 11 anos.
“Depois que a gente embarcou, tudo ficou mais tranquilo. Mas até chegar ao porto, foram muitos momentos de terror. Precisamos passar por barreiras. Você via jovens com facas e metralhadoras na cintura. Havia gritaria nas ruas, tiros”, relatou o carioca Roberto Roche, que estava na Líbia com a mulher, filha de 16 anos e filho de 5.
O Conselho de Segurança das ONU aprovou sábado à noite sanções severas contra o ditador líbio Muammar Kadhafi: proibição das viagens e congelamento de bens. Foi enviado pedido de investigação ao Tribunal Penal Internacional sobre a matança de civis no país.
Kadhafi repudiou ontem as sanções da ONU, que classificou de “inválidas e vazias”, e disse que os rebeldes fracassarão. “A ONU não tem o direito de se intrometer nos assuntos internos de outros países, a menos que o país esteja sendo atacado por outro”, disse a uma TV. Ele teria dado a entrevista, por telefone, de seu gabinete em Trípoli, capital da Líbia. “O povo me apoia. Pequenos grupos de rebeldes estão cercados. O exército e a polícia abriram fogo contra essas pessoas, esses bandos, mas apenas algumas pessoas foram mortas. Estou aqui, não vou sair”.
Oposição cria poder paralelo
Os rebeldes — que pouco a pouco vão tomando controle de várias cidades — disseram ontem ter formado um Conselho Nacional. Segundo eles, seria a ‘cara da revolução’, e não um governo interino. Os oposicionistas também criaram comitês para atuar como autoridades locais e dirigir os serviços. Segundo porta-vozes, não haverá negociação com Kadhafi.

Fonte: O DIA ONLINE

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