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Serviços europeus temem que Dilma endureça negociações na OMC

A Coalizão Global de Serviços, reunindo representantes de bancos, seguradoras, telecom de países desenvolvidos, é o primeiro setor a manifestar preocupação com a possibilidade de vitoria da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.
Robert Vastine, presidente da Coalizão de Serviços dos EUA, e Pascal Kerneis, do European Services Forum, temem que o Brasil endureça ou mantenha uma posição que não permita barganha nas negociações do Acordo da Rodada Doha, na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Estivemos com ela [Dilma] na Casa Civil no passado e ela não mostrou nenhum esforço em relação a OMC, disse Kerneis. Ela foi muito conservadora. Vastine disse que procurou mostrar que a indústria já considera o mercado brasileiro aberto para os fornecedores de serviços estrangeiros. Mas pedem para o Brasil se comprometer legalmente na OMC com a abertura que já fez. Isso significa que, em caso de recuo na abertura, os outros países poderiam questionar o Brasil no Órgão de Solução de Controvérsias e eventualmente sofrer retaliação.
Explicamos para ela que o Brasil não tinha custo politico a pagar, e em contrapartida obteria mais na área agrícola, disse o executivo, lamentando que a petista, então ministra da Casa Civil, não tenha entendido a demanda.
A Coalizão de Serviços, formada por industrias dos EUA, Europa, Taiwan, Reino Unido, Japão, reclama que o Brasil não ratificou um acordo de telecomunicações e outro de serviços financeiros. E nunca se comprometeu com negociações de serviços ambientais, por exemplo.
No cenário internacional, há outras manifestações de temor quanto à eleição de Dilma. Ontem, o jornal Financial Times publicou em seu editorial que o candidato do PSDB, José Serra, é a melhor opção para o Brasil, ainda que para interromper essa relação com o poder.
Os dois candidatos são retratados como muito semelhantes. São social-democratas que acreditam nas políticas pró-mercado com forte componente social. São tecnocratas intrometidos. São também desprovidos de charme. As diferenças, diz a publicação, são pequenas, mas significativas. Serra é descrito como mais agressivo na defesa do equilíbrio fiscal e a expectativa é que ele acabe com o uso de esquemas extraorçamentários, recentemente utilizado para atender as metas fiscais. Cortes em gastos públicos que ainda estão em rápido crescimento também fariam baixar as taxas de juro e, assim, conteriam a valorização da moeda. Dilma é apresentada como defensora de um Estado maior. Sobre política externa, Serra seria menos condescendente em relação ao Irã, Venezuela e Cuba do que o Brasil tem sido.
Na semana passada, a revista The Economist também publicou em seu editorial que o Brasil se beneficiaria de uma mudança no poder. A revista defende Serra porque ele seria capaz de adotar cortes de gastos desnecessários e de eliminar o déficit fiscal.

Fonte: Valor

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