Brasilveículos pode render R$ 240 mi à SulAmérica
A SulAmérica pode embolsar em torno de R$ 240 milhões com a venda da participação de 30% que tem na Brasilveículos, seguradora de automóveis do Banco do Brasil. A estimativa é da Itaú Securities em relatório analisando a restruturação das seguradoras do BB anunciada anteontem.
Usando recentes transações no mercado de seguros como parâmetro, os analistas da Itaú elaboraram um preço possível para a Brasilveículos levando em conta dois indicadores, a relação preço lucro e o valo patrimonial.
Pela relação preço lucro, a Brasilveículos é avaliada como valendo R$ 577 milhões, em um cenário conservador, a R$ 807 milhões em um cenário mais otimista. Nesse dois casos, a SulAmérica receberia de R$ 173 milhões a R$ 242 milhões.
Pelo valor patrimonial, a seguradora do BB tem valor estimado entre R$ 471 milhões (1,5 vez esse valor) a R$ 786 milhões (2,5 vezes). Já a fatia da SulAmérica oscila de R$ 141 milhões a R$ 236 milhões.
Mesmo recebendo esses milhões, os analistas da Itaú Securities consideram a restruturação do BB “negativa” para a SulAmérica, por conta da perda da rede de agência do banco para a venda de seguros. Por causa disso, a corretora rebaixou a recomendação para as ações da seguradora, de “performance acima da média do mercado” para “performance na média do setor”.
O dinheiro embolsado com a venda da participação pode ser usado para três coisas, segundo os analistas do Itaú. Um das possibilidades é o pré-pagamento de uma nota emitida no exterior de US$ 130 milhões e que vence em 2012. Há ainda a chance de os recursos serem distribuídos para os acionistas, como dividendos, ou ficarem no caixa da empresa para futuras aquisições.
Em entrevista ao Valor anteontem, o presidente e controlador da SulAmérica Patrick de Larragoiti Lucas admitiu que a seguradora está interessada em aquisições ou acordos estratégicos. Mas se negou a dar qualquer estimativa do valor que receberia pela venda das ações da Brasilveículos. No final do primeiro semestre, a seguradora tinha em caixa cerca de R$ 1 bilhão.
Sobre a restruturação do BB, os analistas consideram o passo “positivo”, mas reclamam da falta de maiores esclarecimentos, como preços e a participação acionária que a Mapfre teria na empresa a ser criada. O Banco do Brasil prometeu fornecer os detalhes em até 60 dias.
Fonte: Valor
