Hospital não pode recusar paciente
Todo hospital particular deve atender casos suspeitos e confirmados da nova gripe. A orientação é da Secretaria Estadual de Saúde, que deseja retirar da rede pública pacientes que pagam planos e seguros privados. Na rotina, serviços municipais, estaduais e federais estão à disposição do SUS, usado pela maioria da população.
Cabe à rede privada atender seus pacientes, enfatizou a secretária executiva de Vigilância em Saúde de Pernambuco, Inês Costa. No último dia 23 a Secretaria de Saúde do Estado convocou grandes hospitais privados com serviço de emergência para pedir a colaboração e orientar como devem proceder na condução dos casos. Esta semana vamos fazer novo encontro, convocando inclusive os hospitais menores, informou Jacyra Ferreira, diretora de Controle de Doenças e Agravos do Estado.
Jacyra recomenda que o público denuncie ao Ministério Público hospitais que negarem atendimento, pois estará havendo omissão de socorro. A transferência só deve ocorrer nos casos em que não há UTI na unidade e o paciente necessite da terapia. A Promotoria da Saúde orienta que usuários de planos privados rejeitados em hospitais conveniados devem denunciar a situação à empresa seguradora e, não havendo solução, levar o caso ao MP.
Segundo Jacyra Ferreira, as gerências regionais de saúde do Estado foram orientadas ontem a pedir a colaboração também das redes municipais. Ou seja, policlínicas, unidades mistas e postos de saúde também devem ajudar a diagnosticar e tratar casos suspeitos da nova gripe. Públicos e privados, ao receber doentes suspeitos, devem comunicar de imediato à vigilância epidemiológica do Estado.
Apenas casos graves devem ser encaminhados ao Hospital Universitário Oswaldo Cruz, no Recife, referência no tratamento. Até ontem, no entanto, o Huoc continuava congestionado com pacientes que não têm o perfil da unidade. A maioria que está chegando tem resfriado. Ninguém apresenta sintomas graves e entre eles há gente encaminhada por médico de outro serviço, público e privado, relatou o infectologista Vicente Vaz, preocupado com o pânico e a falta de orientação adequada nos outros serviços de saúde. Todos os leitos de enfermaria do HUOC reservados a pacientes suspeitos estavam ocupados ontem. O Estado está providenciando ampliação.
Ainda esta semana, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) definirá a descentralização do antiviral oseltamivir (Tamiflu) para outros hospitais públicos e privados, mas só poderá ser usado em acordo com protolocolo do Ministério da Saúde. Apenas o Huoc e a SES têm a droga. (V.A.)
Fonte: Jornal do Commercio