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Mortes foram por impacto

Politraumatismo. Essa foi a causa da morte de 3 das 50 vítimas do voo
447 da Air France que tiveram os corpos resgatados na operação de
buscas. Isso significa que as três vítimas – uma mulher e dois homens,
todos brasileiros – sofreram lesões traumáticas provocadas por forte
impacto. A informação foi dada ontem pelo médico José Calvo, chefe de
equipe da empresa paulista Aespe (Atendimento Especial ao Esquife),
contratada por uma seguradora
da Air France para o embalsamamento dos corpos. O trabalho está sendo
realizado no Cemitério e Funerária Morada da Paz, no município
metropolitano de Paulista.
“Todos estão diagnosticados, têm uma causa de morte bem definida”,
afirmou o médico, com base no trabalho dos legistas. “As lesões
compatíveis com a causa da morte foram muito bem documentadas,
radiografadas, com técnica considerada adequada, e constam de laudo
necroscópico, certidão de óbito e atestado de óbito.” A força-tarefa
que atua no Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife só vai
pronunciar-se oficialmente sobre as causas dos óbitos ao término das
necropsias nos 50 corpos resgatados, o que deve ocorrer até o fim deste
mês. Calvo destacou, porém, que não se pode deduzir a causa do acidente
com base nas mortes dessas três vítimas. Elas estão entre as 11
primeiras identificadas pela força-tarefa.
Os corpos só são encaminhados ao Morada da Paz quando há liberação do
IML, mediante assinatura de atestado de óbito por familiares ou
representantes legais. Até a noite de ontem, nenhum outro dos corpos
identificados havia chegado para embalsamamento. Parentes de uma das
vítimas estiveram no Morada da Paz. Um deles quis ver o corpo, mesmo
tendo conhecimento do seu estado. Ele se mostrou visivelmente abatido
depois de ter a vontade realizada.
ÚLTIMO CORPO
O quinquagésimo corpo recolhido na área de buscas, a cerca de 1.450
quilômetros do Recife, chegou ontem ao Porto do Recife, a bordo do
navio-tanque Almirante Gastão Motta, da Marinha brasileira. O corpo,
resgatado pelo navio francês Mistral no dia 16, foi imediatamente
levado ao IML, onde já se encontravam os outros 49 cadáveres.
Responsável pelo abastecimento de combustível de embarcações
brasileiras e francesas que se encontram na região de buscas, o
navio-tanque também desembarcou despojos – fragmentos que só poderão
ser confirmados como partes de corpos humanos depois de exames dos
peritos legistas – e mais de 20 destroços. Esses foram recebidos por
representantes do BEA, o escritório francês que investiga as causas do
acidente.

Fonte: O Estado de São Paulo

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