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Poupança sofre saques

Da equipe do Correio
O aumento do desemprego e a queda na renda estão estimulando muitos brasileiros a retirarem suas economias da caderneta de poupança para complementar o orçamento. Essa é uma das explicações dadas para a saída de R$ 847,288 milhões da poupança em março, a maior desde abril do ano passado — quando a captação líquida (depósitos menos saques) foi negativa (- R$ 1,848 bilhão). Números divulgados ontem pelo Banco Central (BC) mostram ainda que, em fevereiro, o valor dos depósitos superou o de saques em R$ 751 milhões.
“Uma explicação é que alguns investidores perderam o emprego e estão usando a economia depositada na caderneta de poupança para auxiliar o orçamento”, afirmou o analista da Mercatto Gestão de Recursos, Gabriel Goulart. O economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, concorda. “Diante do cenário de queda de renda e aumento do desemprego, os poupadores estão retirando o dinheiro para completar o orçamento”, frisou Rosa.
Além de destinar parte das economias para pagamento das contas em um ano de crise econômica, analistas de mercado disseram que alguns poupadores, vislumbrando um cenário econômico mais positivo, podem ter decidido buscar aplicações menos conservadoras para garantir uma maior rentabilidade. Uma sinalização disso é que a indústria de fundos, segundo a Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid), captou R$ 3,3 bilhões no mês passado. Outros pequenos aplicadores podem ter optado pela compra de ações. De fevereiro para março, o Ibovespa — principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) — registrou uma valorização de 7,2%.
Para assegurar a remuneração prevista em lei (6% ao ano mais Taxa Referencial – TR) para a poupança, o BC informou que a rentabilidade para a caderneta com aniversário em 3 de maio será de apenas 0,5%. Esse cálculo considera uma TR zero em 3 de abril. A TR ficou negativa, mas como uma resolução do BC prevê que isso não pode ocorrer, foi considerado o equivalente a zero para o cálculo do rendimento. Se essa mudança não fosse implementada, a remuneração da caderneta de poupança em 3 de maio seria de 0,48%.
Títulos públicos na rede
Para ampliar o número de investidores em títulos públicos, o Tesouro Nacional, em parceria com a BMF&Bovespa, vai possibilitar que a pessoa física compre papéis do governo via internet utilizando o sistema de home broker do seu próprio agente de custódia, sem ter que passar pelo site do Tesouro Direto. Além disso, o serviço também ficará mais barato. Dentro da nova política de tarifação da bolsa, a taxa de negociação no primeiro ano da aplicação será de 0,10% do valor da compra e a taxa de custódia do Tesouro Direto, de 0,30% ao ano, que serão cobrados de forma pro-rata (proporcional), a cada semestre, ou na ocorrência de um evento de custo. A partir do segundo ano, no entanto, o custo total cai de 0,40% para 0,30%. Segundo o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Paulo Valle (foto), no momento de redução de taxa de juros, a compra de títulos públicos fica mais atrativa. Pois o investidor vai alongar o prazo do investimento para conseguir uma rentabilidade mais alta.(ES).

Fonte: Correio Braziliense

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