D&O cresceu 252% um mês após o início da crise
Acuados pela crise internacional, executivos de médias e grandes empresas têm tido o cuidado de evitar decisões que tragam danos aos clientes e acionistas e que possam lhe custar não apenas o emprego, mas também ações na Justiça. Como são cada vez mais freqüentes os imbróglios judiciais que, não raramente, acabam gerando prejuízos expressivos para os bolsos de executivos, o chamado seguro de responsabilidade civil do administrador, o D&O acaba sendo utilizado como o guarda-chuva ideal neste momento de tempestade.Não por acaso, as vendas desse produto explodiram também no Brasil desde a eclosão da crise, no final do ano passado.Segundo dados da Susep, em outubro de 2008, um mês após o início do desastre financeiro que abala o mundo, a receita apurada nessa carteira somou R$ 19 milhões. Pode ser mera coincidência. Contudo, esse valor é 252,8% maior que a cifra registrada em setembro e 170% superior ao montante apurado em outubro de 2007. Já em janeiro de 2009, o D&O gerou receita da ordem de R$ 12,2 milhões, incremento de 61,7% em comparação a janeiro de 2007. Vale lembrar que, no mesmo período, o mercado, como um todo, cresceu apenas 5,2%.Assim, tudo leva a crer que esse tipo de seguro começa a ganhar no Brasil a mesma dimensão verificada no exterior. Isso significa que o corretor de seguros deve ficar atento ao potencial dessa carteira. Até porque, segundo reportagem publicada pelo Estado de São Paulo, no final da semana passada, as seguradoras brasileiras registraram neste ano um aumento de 30% a 40% na procura por seguros de responsabilidade civil de administradoresA mesma matéria revela que a tendência de alta se repete nas carteiras dos corretoras de seguros, como a empresa Coelho dos Santos, especializada nesse tipo de seguro, onde o número de apólices comercializadas cresceu de cerca de 1 mil no fim de 2008 para 1,4 mil apenas até março deste ano.
Fonte: CQCS