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Seguradora diz que repassou US$ 105 bilhões

A AIG, pressionada a revelar como gastou bilhões de dólares de fundos dos contribuintes norte-americanos desde que foi resgatada pelo governo dos EUA, em setembro do ano passado, informou que US$ 105 bilhões foram transferidos para Estados do país e bancos, entre eles o Goldman Sachs, o Société Générale (SocGen) e o Deutsche Bank.
Os bancos que compraram credit-default swaps (instrumentos que seguram o investidor contra a inadimplência da empresa tomadora) ou comercializaram ações com a AIG ficaram com US$ 22,4 bilhões como garantia, US$ 27,1 bilhões em pagamentos de uma instituição dos EUA para retirar os derivativos, e US$ 43,7 bilhões vinculados ao programa de empréstimos com uso de valores mobiliários como garantia, informou a AIG em um comunicado. Os Estados, liderados pela Califórnia e pela Virgínia, ficaram com US$ 12,1 bilhões vinculados a contratos de investimentos garantidos.
“Isso deixa um gosto amargo na boca do contribuinte norte- americano, mas é preciso olhar para a questão em termos do quadro maior”, disse Donald Powell, que foi presidente do Federal Deposit Insurance Corp. (FDIC, o órgão garantidor dos depósitos bancários dos EUA) de 2001 a 2005. “Se existir qualquer chance de recuperação, provavelmente será preciso engolir isso.”
A revelação poderá alimentar uma reação quando ao socorro da AIG, avaliado em cerca de US$ 160 bilhões até 2 de março, que já provocou reações de raiva e frustração entre congressistas, funcionários do Departamento do Tesouro e do presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), Ben S. Bernanke. A AIG foi duramente censurada no domingo por pagar US$ 165 milhões em bonificações aos executivos, para evitar que eles saiam da empresa. Os beneficiados pertencem à unidade que vendeu os swaps, operação que contribuiu para desencadear a crise mundial de crédito. A AIG já disse que tem planos de gastar até US$ 1 bilhão para evitar que seus executivos deixem a empresa.
O Goldman Sachs foi o principal beneficiário, tendo recebido US$ 12,9 bilhões, seguido do SocGen, o terceiro banco da França, com US$ 11,9 bilhões, e pelo Deutsche Bank, a maior instituição de crédito da Alemanha, com US$ 11,8 bilhões. A AIG e o Fed anteriormente se recusaram a revelar as instituições beneficiadas, alegando que os contratos eram confidenciais e que a informação poderia prejudicar as perspectivas de negócios da AIG.
“Estou contente de ver que a AIG finalmente entregou a informação sobre terceiros, que estamos pedindo há meses”, disse o deputado democrata Elijah Cummings, da Comissão de Supervisão da Câmara dos Deputados dos EUA. “Entretanto, estou profundamente preocupado com o fato de o Goldman receber tanto dinheiro da AIG, devido ao relacionamento entre as duas empresas. Sem dúvida, vamos investigar isso melhor.”

Fonte: Gazeta Mercantil

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