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Ex-executivo da AIG ataca intervenção dos EUA

Hank Greenberg, o ex-executivo chefe da AIG, acusou o governo dos EUA de ter arruinado o salvamento da seguradora ao impor um empréstimo a juros altos e forçando a quitação de mais de US$ 30 bilhões a bancos e parceiros.
Greenberg, que chefiou a firma por 38 anos até ser afastado em 2005 durante uma investigação para apurar práticas contábeis, sugeriu em entrevista ao “Financial Times” que a ação das autoridades tornou a quebra da AIG inevitável.
“Não veremos mais uma AIG. A AIG será coisa do passado, terá sido fragmentada em muitos pedaços”, disse, depois que a empresa, cujos 80% pertencem ao governo, recebeu seu terceiro socorro em cinco meses.
A AIG e autoridades do governo rejeitam as acusações e dizem que as críticas derivam de sua condição de um dos maiores acionistas da AIG e das disputas jurídicas com a empresa. Greenberg teria sofrido perdas contábeis de milhões de dólares com o colapso nas ações da seguradora. Ele esteve envolvido em uma disputa jurídica com a AIG, que está contestando o seu direito de deter parte da sua participação acionária.
Greenberg atacou a decisão do governo de novembro, de quitar mais de US$ 30 bilhões a instituições que haviam adquirido seguro da AIG baseado em títulos lastreados em hipotecas de alto risco.
Ele argumentou que apesar de o valor das carteiras de títulos lastreados em créditos (CDO, na sigla em inglês) ter caído acentuadamente – a AIG sofreu perdas pesadas com elas – as demais partes no negócio, que seriam Goldman Sachs, Deutsche Bank e outros, receberam de volta o valor cheio dos seus investimentos.
“O Natal veio cedo para muitos deles. Isso foi um presente”, disse.
Autoridades do Federal Reserve haviam dito que a quitação dos CDOs foi vital para evitar rupturas nos mercados de crédito.
Greenberg criticou a taxa de juros de 850 pontos base acima da taxa do mercado interbancário de Londres (Libor) sobre o empréstimo de US$ 85 bilhões no primeiro plano de resgate do governo. “Se você acredita que esta é uma maneira de salvar uma empresa, então nós temos uma controvérsia”, disse. “Esta é uma forma de liquidar, não de salvar uma companhia”.

Fonte: Valor

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