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Crise chega ás seguradoras. Vendas caem 2,1 %

O mercado de seguros não ficou imune aos efeitos da desaceleração econômica, como demonstram as estatísticas da Superintendência de Seguros Privados (Susep), que não incluem o ramo saúde, na alçada da Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Apesar de agravada a partir de setembro, a crise veio a abater a indústria de seguros em novembro, quando as vendas, da ordem de R$ 5,3 bilhões, caíram pela primeira vez em 2008. O recuo foi de 2,1% frente à igual mês de 2007. Sobre o mês anterior, outubro, a queda chegou a 5,8%.
Responsável por mais de um terço do faturamento do mercado segurador brasileiro, o mau desempenho do plano de vida gerador de benefício livre (VGBL) foi decisivo para o tombo da atividade em novembro, ao apresentar vendas negativas também pela primeira vez no ano. A captação do produto, que chegou a R$ 1,761 bilhão, despencou 20,9% sobre novembro de 2007 e caiu 1,3% em relação a outubro.
Já na segunda principal carteira do mercado, a do seguro de automóvel, incluindo a cobertura de responsabilidade civil facultativa, a receita de R$ 1,158 bilhão subiu 5,1% sobre novembro do exercício anterior, mas diminuiu 11,7% na relação com outubro, acompanhando a forte retração observada no setor automotivo.
Comportamento semelhante foi verificado na terceira mais importante carteira do mercado segurador nacional, a dos seguros de pessoas. O setor captou em novembro R$ 990,1 milhões, o suficiente para ostentar expansão de 8,5% frente a novembro de 2007, mas foi valor 7,9% menor que o contabilizado em outubro.NO ANOO desempenho da atividade de seguros em novembro, contudo, não foi capaz de anular os ganhos obtidos no acumulado de 2008. Ao contrário, em 11 meses, as seguradoras continuaram a mostrar crescimento expressivo. O faturamento de R$ 60,675 bilhões subiu 15,4% em relação ao apurado de janeiro a novembro de 2007, situado em R$ 52,589 bilhões. Em 12 meses, o incremento ficou em 14,5%.
O VGBL ainda mostrou vigor, captou R$ 20,423 bilhões até novembro, 16,1% a mais do que em igual período do ano anterior. No ramo de veículos, os prêmios ficaram na casa de R$ 13,574 bilhões, expansão de 12%, e na área dos seguros de pessoas o faturamento de R$ 9,973 bilhões foi 3,3% maior que os R$ 9,656 bilhões captados de janeiro a novembro de 2007. No segmento patrimonial, com prêmios da ordem de R$ 5,767 bilhões, outra expansão, de 14,7%. Alta semelhante foi observada ainda entre os seguros de transportes, de 14% na receita de R$ 1,642 bilhão.MÉDIO PRAZOO diretor-executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Neival Rodrigues Freitas, considera positivo o desempenho do mercado no acumulado até novembro e acha que os efeitos da crise financeira internacional ainda não atingiram fortemente a trajetória de alta nas vendas da atividade. Apesar da queda em novembro, ele entende que o resultado do mercado em 11 meses indica, contudo, um desempenho anual próximo ao do ano anterior, com taxa de expansão entre 15% e 18%. São taxas, portanto, segundo ele, semelhantes às projeções feitas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Na opinião dele, o comportamento das vendas de seguros ainda foi positivo em pleno ápice da crise internacional. Os eventuais impactos deverão ocorrer mais a médio prazo, dependendo da duração da desaceleração da economia mundial, comenta. Em particular, o dirigente destaca o resultado favorável de carteiras, como a de automóvel, que poderiam, em tese, ser mais afetadas pela crise financeira.
Apesar do enxugamento do crédito bater à porta do segmento automotivo, levando as montadoras a reduzirem a produção e a concederem férias coletivas, o seguro de automóvel cresceu até novembro (12%), o que se deve ao fato de haver um descolamento entre os movimentos de alta ou baixa das vendas de automóveis e a dinâmica do mercado de seguros.
Fora o ramo de veículos, Neival Rodrigues assinala o desempenho também positivo do seguro obrigatório de veículos automotores (Dpvat), cuja receita foi ampliada em 27% até novembro, para R$ 4,473 bilhões. E cita e ainda o desempenho francamente favorável do ramo rural, cuja receita evoluiu 67,9%, tendo em vista as ações do Governo federal para ampliar a gama de proteção aos agricultores, oferecendo subsídio ao preço do seguro.

Fonte: Jornal do Commercio

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