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Allianz cresce em grandes riscos e quer ser líder no seguro garantia

A Allianz Seguros resolveu entrar no mercado de seguro garantia e quer ser a líder do segmento. Essas apólices, que garantem que uma obra será concluída no tempo previsto em contrato, cresceram cerca de 50% no ano passado, uma das maiores expansões do setor de seguros, e atraíram várias seguradoras.
A Allianz começou a estruturar a área de garantia em 2007 e no segundo semestre daquele ano começou a oferecer as apólices ainda em fase experimental. Movimentou R$ 1,5 milhão. Em 2008, os prêmios cresceram dez vezes, chegando a R$ 15 milhões. A expectativa para esse ano, apesar da crise, é crescer 20%.
A seguradora ainda está longe das líderes, como a JMalucelli, a Cescebrasil (novo nome da Áurea) e a UBF. Andréa Alves Schitz, que era da Áurea e foi contratada para estruturar a área de garantia da Allianz, destaca que a vantagem da seguradora é ter maior capacidade de aceitação de risco, graças ao apóio da matriz na Alemanha.
Além disso, diferente das líderes, focadas só em garantia, a Allianz, segundo a executiva, consegue oferecer toda a linha de seguros para o projeto. Em geral, a apólice de garantia é a primeira, seguida por outras como riscos de engenharia (para a construção da obra), incêndio e responsabilidade civil (danos a terceiros).
Mesmo com o banho de água fria que a crise deu no mercado, que levou alguns projetos a serem cancelados, a Allianz está otimista com 2009. A razão é que a escassez de crédito encareceu consideravelmente o principal concorrente do garantia, a fiança bancária. Os custos da fiança chegaram a subir até 50% em alguns casos. Em uma apólice fechada pela Allianz anteontem, Andréa conta que a taxa paga ficou em 0,6% do valor garantido. A mesma empresa cotou a fiança bancária e recebeu a taxa de 2,5%.
A estratégia da Allianz é explorar também os segmentos como o garantia judicial, no qual a apólice substitui a caução em algumas causas judiciais. Esse tipo de apólice vem ganhando mercado e movimentou R$ 28 milhões em 2008, até novembro, segundo os dados mais recentes da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Em 2008, a área de grandes riscos da Allianz foi reestruturada. Angelo Colombo foi contratado para tocar o segmento, vindo da RSA (novo nome da seguradora inglesa Royal & Sunalliance). A área movimentou R$ 360 milhões em prêmios, alta de 27%, segundo as estimativas da seguradora, que ainda não fechou os números de 2008. O destaque foi a área de incêndio (R$ 100 milhões) e riscos de engenharia (R$ 80 milhões, alta de 131%). Nessa última, a Allianz passou a ser a líder do mercado. Entre as grandes apólices, ganhou uma licitação da Petrobras para ampliação de um terminal em Macaé (RJ).
Os segmentos de petróleo e entretenimento estão entre os alvos da seguradora para 2009. Segundo Colombo, a seguradora fez a apólice das bilheterias dos shows da Madonna no país e prepara o lançamento de um seguro para cinema, em fase de aprovação pela Susep. Esse mercado hoje é dominado pela Ace e pela Chubb.
No caso da Madonna, houve uma episódio curioso. A cantora pediu que uma grande quantia em dinheiro ficasse disponível em cada show dentro do estádio para um eventual uso por ela. A cobertura do seguro das bilheterias teve então que incluir mais esse valor.

Fonte: Valor

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