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Cartesian Capital, dos EUA, compra fatia no grupo Maurício de Nassau

A Cartesian Capital Group, gestora americana de fundos de participação em empresas, escolheu o setor de educação para estrear seus investimentos no Brasil. Por meio de uma injeção de recursos, o fundo Pangaea One adquiriu uma participação minoritária no grupo Maurício de Nassau, uma instituição de ensino superior com 30 mil alunos em cinco Estados nordestinos. O valor da transação não foi divulgado.
A expectativa do Cartesian é que o número de matrículas na graduação cresça nos Estados nordestinos nos próximos anos, acompanhando o aumento da renda das pessoas.
Apesar de o Nordeste ter 28% da população brasileira, fica com apenas 13% das matrículas do ensino superior privado do país, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
Já a região Sudeste, com 42% dos brasileiros, abocanha 57,3% das matrículas. Além do Nordeste, o grupo Maurício de Nassau também pretende se expandir para a região Norte.
“Procuramos no mundo inteiro setores ligados ao crescimento da classe média”, diz Francisco Muniz Barreto, gestor da Cartesian responsável por investimentos na América Latina. A gestora surgiu em 2007, a partir da iniciativa de alguns executivos que saíram da seguradora AIG.
O fundo Pangaea One tem US$ 1 bilhão para aplicar em países emergentes da América Latina, da Ásia e do Leste Europeu. Apenas uma pequena parte desse montante, já foi aplicada. A crise, de acordo com o gestor Guilherme Quintão, não atrapalhou as negociações. “Acreditamos que nos momentos mais difícies surgem as melhores oportunidades”, diz ele.
Para José Janguiê Bezerra Diniz, presidente do conselho de administração da companhia, a entrada do Cartesian representou uma chance para acelerar o crescimento da instituição, que começou a adquirir concorrentes em janeiro do ano passado. Até agora foram seis compras.
Neste ano, três unidades serão abertas em Salvador, Fortaleza e Caruaru (PE). Também serão construídos no Recife um centro de convenções, uma biblioteca central e uma nova faculdade na Zona Sul da cidade. Para o Norte, o projeto de expansão ainda está sendo elaborado.
“Em quatro anos, devemos atingir 50 mil alunos”, planeja Diniz, que iniciou as atividades do grupo em 1994 com cursinhos preparatórios para concursos jurídicos. Só em 2003 é que as primeiras vagas de graduação foram abertas.
O objetivo do grupo é oferecer cursos que caibam nos mais variados tamanhos de bolsos. Com a marca Maurício de Nassau, há graduações com mensalidades em torno de R$ 500. Já nas unidades com o nome Joaquim Nabuco, o preço médio é de R$ 300.
Para entrar na sociedade, o fundo da Cartesian exigiu que a instituição fizesse algumas mudanças em sua estrutura de governança corporativa. A empresa foi transformada em uma sociedade anônima de capital fechado, com um conselho que tem entre seus membros Fernando Tigre, que já comandou a São Paulo Alpargatas e a Kaiser, e Cássio Casseb, ex-Banco do Brasil e Grupo Pão de Açúcar. À frente da companhia, como presidente-executivo, permanece Jânio Diniz, irmão de Janguiê.
As aquisições de escolas de ensino superior se acentuaram no Brasil a partir de 2007, quando algumas instituições lançaram ações na bolsa de valores, como Anhanguera, Estácio Participações, Kroton e SEB. No ano passado, foram fechadas 55 operações de fusões e aquisições de instituições de ensino superior no Brasil.
Dentro deste movimento de consolidação, diversos grupos têm voltado sua atenção para a região Nordeste.
É o caso da Faculdades Nordeste, que tem como um de seus acionistas fundos de investimento geridos pelo banco UBS Pactual e que quer adquirir unidades no Norte do Brasil.
O grupo mato-grossense Iuni também adquiriu escolas no Norte e Nordeste do país. Além disso, a Unip, a Estácio de Sá e a Universo desembarcaram nos Estados nordestinos.

Fonte: Valor

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