Sinistros de D&O devem alcançar US$ 9,6 bilhões
Sinistros por reclamações de seguros de D&O (responsabilidade civil de executivos) devem alcançar US$ 9,6 bilhões depois da crise, aponta pesquisa da consultoria norte-americana Advisen Ltd. Pelas projeções, percebe-se o crescimento de ações judiciais por funcionários demitidos pós-crise, alegando práticas trabalhistas desleais, bem como por acionistas minoritários ou clientes, também reclamando de práticas abusivas ou desleais contra os executivos de diversas companhias.
Segundo Gustavo Cunha Mello, professor da Escola Nacional de Seguros (Funenseg) e sócio da Correcta Seguros, a crise também afeta o Brasil de forma indireta na restrição do ressegurador externo às renovações e contratações deste seguro, e de forma direta com ações contra companhias brasileiras gerando sinistros nas apólices. “Os investidores americanos também estão processando a Sadia e a Aracruz pelas decisões por aplicações financeiras em derivativos cambiais, gerando um prejuízo de até 25% do montante investido.”
Para Mello, os acionistas minoritários do Citibank e da GM também devem se manifestar. Mello diz que o volume de prêmio no ramo deve crescer devido ao aumento do preço no mercado de seguro internacional, já que todo seguro D&O é ressegurado, e que as taxas dos seguros D&O tendem a subir 40%. “Se a empresa tem ação na Bolsa, piora.”
As seguradoras brasileiras que contratam este risco são: ACE, Zurich, Unibanco, Bradesco e Chubb. Após a crise de outubro, o mercado se fechou, muitos clientes não conseguem renovar suas apólices com reajuste. “O fato não é mais o custo, mas se conseguirá fazer o seguro e a procura por proteção coma crise vai aumentar.”
Fonte: DCI OnLine