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Brasil é referência mundial, diz Fenacor

A crise financeira está levando o mercado internacional a olhar com mais de atenção o modelo regulatório adotado no Brasil. É o que diz o presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Roberto Silva Barbosa, que esteve há duas semanas na Europa, para participar em Budapeste, Hungria, do encontro da Associação Internacional de Supervisores de Seguros (IAIS, na sigla em inglês), entidade que reúne os órgãos reguladores do mercado de todo o mundo.
Segundo Roberto Barbosa, muita gente lá fora quer, agora, saber como funciona o sistema brasileiro. Ele assinala que, antes da crise financeira internacional, não faltavam críticas e reclamações ao sistema de supervisão em vigor na indústria de seguros brasileira, tido como controlado demais pelo Estado. Só que essa visão, segundo ele, mudou, e bastante. O mundo inteiro quer saber como funciona a tutela estatal sobre as seguradoras no Brasil. Tenho ido a encontros internacionais de seguradores e corretores e ouvido isso de muitos especialistas e executivos, relata Barbosa, destacando que o seguro brasileiro até o momento não foi afetado pela crise, posição que reiterou em recém-realizada palestra em Porto Alegre (RS).
Na avaliação do presidente da Fenacor, é exatamente por causa do controle rígido feito pela Superintendência dos Seguros Privados (Susep), que o mercado brasileiro está praticamente livre da crise financeira internacional. Ele acrescentou que a autarquia age corretamente ao não permitir que as seguradoras brasileiras invistam suas reservas no exterior, ao contrário de outros países, cujos resultados em alguns casos se revelaram desastrosos. Roberto Barbosa reafirmou sua convicção no setor normatizado e que o Brasil seguiu sempre o caminho certo ao exigir a aplicação de reservas das seguradoras no mercado interno.
Ele admitiu a possibilidade de surgirem problemas isolados em conseqüência da crise financeira, em casos como os das apólices de responsabilidade civil de executivos, que podem gerar um aumento de indenizações, contudo sem resultar grandes traumas.
RECEIO. A hipótese de o Banco do Brasil socorrer bancos em dificuldades e a de comprar, ao lado da Caixa Econômica Federal, empresas de seguros e de previdência receberam elogios de Roberto Barbosa. São medidas que vão ajudar o mercado financeiro e de seguros. O presidente Lula disse que o tsunami da crise chegaria ao Brasil como uma marola, eu acho que virá como uma onda forte e temos de estar preparados para eventualidades, argumentou.
Já o presidente da Federação Nacional das Seguradoras (Fenaseg), João Elisio Ferraz de Campos, disse que é importante a adoção de mecanismos preventivos para manter a confiança de investidores e clientes no sistema financeiro do País. Contudo, ele advertiu que essas ferramentas somente devem ser utilizadas em casos pontuais e de absoluta necessidade para que não haja retrocesso no modelo que, na avaliação dele, trouxe eficiência e modernidade ao mercado brasileiro. Nós estamos acompanhando com muita atenção todos os desdobramentos da crise mundial e posso afirmar que, para este ano, já está assegurado um desempenho positivo do setor em relação ao ano passado e que as turbulências atuais não comprometem a solidez do setor brasileiro de seguros, observou.
João Elisio acrescentou que as seguradoras sempre cumpriram rigorosamente as normas vigentes e têm as suas reservas técnicas, que são responsáveis pelo pagamento das indenizações, garantidas por ativos de baixo risco.

Fonte: Jornal do Commercio

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