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Seguradoras criam estratégias para garantir liquidez na bolsa

Em meio à crise financeira internacional, a Porto Seguro e a SulAmérica, únicas seguradoras brasileiras independentes com capital aberto, buscam estratégias para garantir liquidez no mercado. Para aproveitar a desvalorização dos seus papéis e aumentar o volume em tesouraria, a SulAmérica, por exemplo, anunciou, no dia 7 de outubro, a opção de recompra de 3% de suas ações em circulação, o equivalente a R$ 1,05 milhão em ações ordinárias e R$ 2,1 milhões em ações preferenciais.
Segundo o vice-presidente corporativo e de relações com investidores da SulAmérica, Arthur Farme, a medida deve garantir eventuais pedidos de opções de compra de seus acionistas, sem precisar aumentar o capital da empresa. “A recompra não tem qualquer efeito no valor das ações”, salienta Farme.
Segundo ele, a desvalorização de seus títulos na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) é uma oportunidade para lastrear os planos de opções que foram aprovados pela diretoria. “Evitamos assim, diluição dos futuros acionistas”, afirma. Para ele, a cotação das ações não tem qualquer relação com desempenho da empresa. “O que perdemos é valor de mercado”, afirma.
A Porto Seguro também realizou a recompra de uma parte de suas ações no valor de R$ 1,2 milhão em fevereiro de 2008, com o objetivo de aumentar o retorno do lucro sobre o patrimônio líquido (ROE). Porém, com o agravamento da crise, o efeito dessa operação, com duração de um ano, foi anulado. Segundo o diretor de relações com investidores da Porto Seguro, Tadeu Mota, o processo de recompra das ações está em avaliação devido ao agravamento da crise. “Estamos revendo a melhor oportunidade para a recompra”, afirma. Segundo ele, essa operação reduz o patrimônio líquido da seguradora e isso melhora o retorno do lucro sobre o patrimônio (ROE). “Apesar desse processo, os fundamentos da Porto Seguro não mudaram. Continuamos fazendo as subscrições com resultados”, afirma.
As ações da SulAmérica já sofreram 58% de desvalorização desde sua abertura de capital em 5 de outubro do ano passado, quando valiam R$ 31. Até a última sexta-feira, as ações estavam precificadas em R$ 13. A Porto Seguro, também perdeu 36% de valor de mercado desde seu IPO, em outubro de 2004. O papel valia R$ 18,75. Em julho de 2007 subiu para R$ 76 e na última sexta-feira chegou a R$ 12,05.
A Porto Seguro realizou IPO em 2004 para resolver uma questão societária da companhia, pelo desejo de um dos seus acionistas de se retirar da sociedade. O patrimônio da seguradora na época era de R$ 939,6 milhões. Hoje, esse valor está em R$ 1,9 bilhão.
Há um ano, a SulAmérica também abriu capital com o objetivo de reduzir o seu endividamento. “Temos muita confiança de que nossas ações vão levar ao desenvolvimento sustentável da seguradora que se traduz no valor das ações”, afirma o diretor de RI da SulAmérica. Para ele, a rentabilidade das ações é conseqüência do mercado local, internacional e do desempenho da companhia. A seguradora estuda novas parcerias e continua com estratégia de desenvolvimento operacional. No primeiro semestre deste ano, o lucro da SulAmérica cresceu 22% em termos recorrentes, a rentabilidade do patrimônio 17% e o índice combinado 98%.
Para Farme, o primeiro ano de abertura de capital foi muito positivo e os trimestres em que a companhia publicou balanço após o IPO foram “satisfatórios”. “A iniciativa de outras seguradoras de vir ao mercado é muito saudável para a economia brasileira, estimulando a adoção de melhores práticas de governança”, explica. Para ele, o perfil mais freqüente dos investidores da SulAmérica é de longo prazo, como a maioria dos investidores de seguros.
Cautela
A Marítima Seguros estaria completando um ano de abertura de capital, mas preferiu agir com cautela no ano passado e esperar os desdobramentos da crise, prevista para estourar em 2008. Para Marivaldo Medeiros, diretor executivo da Marítima Seguros, se a abertura fosse realizada, a seguradora estaria em situação complicada. “Se tivéssemos ações na bolsa nesta conjuntura, o nosso patrimônio teria caído e precisaríamos aportar mais dinheiro”, explica. Para ele, as empresas que não abriram capital, circunstancialmente vão fechar o ano melhor. “Com a crise, tanto SulAmérica como a Porto Seguro sofreram bastante. Se por um lado seria excelente que tivéssemos aberto capital para questão de regularizar totalmente Solvência 2, por outro estaríamos em situação desvantajosa em termos de valor da empresa. Então, é preferível aportar recursos próprios como estamos fazendo”, afirma.
Para Medeiros, a idéia de abrir capital não está descartada, mas é preciso esperar o mercado se estabilizar. “Estamos com governança corporativa e bem e preparados para fazer IPO a curtíssimo prazo, mas agora não é o momento”, afirma. Segundo ele, a longo prazo a tendência é que quase todas as seguradoras abram seu capital, já que o mercado de seguros brasileiro estará bem maduro.
SulAmérica e Porto Seguro, únicas seguradoras brasileiras independentes de capital aberto, buscam estratégias para garantir liquidez no mercado em meio à crise financeira. Para aproveitar a desvalorização dos seus papéis e aumentar o volume em tesouraria, a SulAmérica, por exemplo, anunciou a opção de recompra de 3% de suas ações em circulação, o equivalente a R$ 1,05 milhão em ações ordinárias e R$ 2,1 milhões em ações preferenciais.
Segundo o vice-presidente corporativo e de relações com investidores da SulAmérica, Arthur Farme, a medida deve garantir eventuais pedidos de opções de compra de seus acionistas, sem precisar aumentar o capital da empresa. Para Farme, a desvalorização de seus títulos na Bolsa de Valores de São Paulo é uma oportunidade para lastrear os planos de opções aprovados pela diretoria. “Evitamos diluição dos futuros acionistas”. Ele afirma que a cotação das ações não tem relação com o desempenho da empresa.
A Porto Seguro também realizou a recompra de parte de suas ações a R$ 1,2 milhão em fevereiro de 2008, para aumentar o retorno do lucro sobre o patrimônio líquido. Porém, com o agravamento da crise, o efeito da operação, com duração de um ano, foi anulado. Segundo o diretor de Relações com Investidores da Porto Seguro, Tadeu Mota, o processo de recompra das ações está em avaliação devido ao agravamento da crise. Já a Marítima, que esteve prestes a abrir capital em 2007, optou por esperar a crise se acalmar.

Fonte: DCI OnLine

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