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CEF negocia compra de 20 carteiras de bancos

A Caixa Econômica Federal está perto de concluir a compra de 20 carteiras de empréstimos de cerca de dez bancos pequenos e médios.
A instituição deve desembolsar mais de R$ 1 bilhão nessa operação. A CEF tem um caixa de R$ 100 bilhões à disposição.
Apesar de o nome dos bancos ser mantido em sigilo, o que se sabe é que são instituições que apresentam apenas alguns problemas de liquidez devido à paralisia das linhas de crédito internacionais.
Não é só a Caixa Econômica Federal que está adquirindo essas carteiras de crédito para socorrer os bancos pequenos e médios. Os grandes bancos também estão em negociações dessas carteiras. Os nomes, no entanto, também estão sendo mantidos em sigilo.
Os grandes bancos privados se interessaram em comprar essas carteiras de crédito para aproveitar o desconto concedido no compulsório pelo Banco Central.
Na segunda-feira, o presidente Lula editou medida provisória dando carta-branca para o Banco Central ter direito a comprar carteira de crédito dos bancos pequenos e médios. O objetivo da medida é ajudar os bancos de pequeno porte que foram abatidos pelo congelamento das linhas de crédito.
Ao explicar a medida, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que o objetivo é socorrer os bancos que estejam em dificuldade imediata. Ele informou também que não via, pelo menos até aquele momento, necessidade de exercer essa prerrogativa.
Muitos especialistas interpretaram essa medida como um sinal de que os grandes bancos não tinham se interessado em comprar as carteiras de crédito dos bancos pequenos. Havia algumas dificuldades técnicas para a operacionalização do negócio. O que se apurou é que as negociações estão em pleno andamento.
Apesar de todas as medidas reforçando os poderes do Banco Central, mesmo assim o mercado ficou bastante pessimista ontem, o que pode levar a autoridade monetária a tomar novas medidas.
Werlang sugere redução do compulsório e pausa nos juros
O Banco Central deveria baixar o compulsório e dar uma pausa ou subir pouco os juros na próxima reunião do Copom para reduzir o problema de contração de liquidez no sistema financeiro, na opinião de Sérgio Werlang, vice-presidente do Itaú e ex-diretor do Banco Central.
Segundo ele, o problema vivido hoje de restrição ao crédito tem o mesmo efeito de uma alta dos juros pelo Banco Central. O custo do dinheiro subiu e os prazos de financiamento encurtaram. Pelas suas contas, essa contração de liquidez equivale a uma elevação da Selic dos atuais 13,75% para 14,3%.
Werlang diz que as medidas adotadas pelo Banco Central nos últimos dias estão na direção correta, mas ele não arrisca dizer se serão suficientes ou não para injetar liquidez no mercado.
“Não sei se as medidas serão suficientes ou não, mas acho que talvez o Banco Central devesse oferecer um pouco mais em linhas em dólar, já que está com um nível folgado de reservas, e liberar um pouco mais o compulsório.”
O Brasil é o país com a maior taxa de compulsório do mundo, de 53% sobre os depósitos à vista. Werlang acha que essa alíquota poderia cair uns dez pontos percentuais, o que daria um alívio para o mercado e diminuiria o problema de contração de liquidez.

Fonte: Folha de São Paulo

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