Dólar salta 7,53% e fecha em R$ 2,20, na maior alta diária desde 2002
A cotação do dólar comercial fechou em forte alta nesta segunda-feira, acompanhando o desabamento das Bolsas no mundo. A moeda saltou 7,53%, cotada a R$ 2,20 na venda. É a maior valorização percentual diária desde janeiro de 2002 e o maior patamar de fechamento desde setembro de 2006.
Para tentar conter o avanço da moeda, o Banco Central voltou a intervir no mercado, com a venda de dólares, mas a operação não foi suficiente.
O BC colocou à disposição do mercado US$ 2,1 bilhões, mas vendeu US$ 1,468 bilhão. A operação foi realizada por meio de um “swap” cambial (contratos que trocam o rendimento em juros pela oscilação do dólar), entre 13h e 13h30.
O mercado absorveu apenas parcialmente o lote de 41,6 mil contratos, com vencimento em 3 de novembro de 2008. Foram colocados 29,5 mil contratos, a uma cotação mínima de 99,5506. A taxa nominal foi de 6,59%, e a linear, de 6,25%.
A taxa linear é mais utilizada no exterior e considera todos os 365 dias corridos do ano, enquanto que a taxa nominal é mais utilizada no Brasil e considera apenas os dias úteis. Em suas operações, o BC divulga os dois modelos para que os investidores brasileiros e estrangeiros possam comparar melhor as taxas ofertadas.
Com essa operação, o BC tem como objetivo oferecer proteção às empresas – pagando a variação do dólar e, em troca, recebendo juros. Se o dólar subir, os investidores que participaram da operação saem ganhando; se os juros subirem, quem ganha é o BC.
A autoridade monetária não realizava esse tipo de leilão desde 30 de maio de 2006.
Incerteza
Momentos de incerteza no setor financeiro têm provocado a alta do dólar nos últimos dias. Investidores vendem papéis de maior risco, como ações, trocando-os por dólares, para se refugiarem em aplicações mais seguras, como os títulos do Tesouro americano, considerados o investimento mais seguro do mundo.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve seu pregão interrompido duas vezes nesta segunda. Primeiro, quando a queda alcançou 10%, os negócios pararam por meia hora. Depois, a Bolsa continuou caindo até atingir a marca de 15%, o que levou a uma interrupção por mais uma hora.
A preocupação dos investidores é com o possível efeito dominó na crise financeira iniciada nos Estados Unidos. Bancos europeus têm apresentado dificuldade, o que gera temor de que os problemas americanos se espalhem pela Europa.
Fonte: UOL Economia