Previdência para jovens dispara em meio à turbulência do mercado
O crescimento do mercado de previdência para crianças e jovens é mais uma prova de que o Brasil não está vulnerável aos reflexos da crise internacional. Enquanto o mercado geral de previdência cresceu 10,8%, até julho de 2008, com reservas acumuladas de R$ 133,4 bilhões, as reservas acumuladas no segmento para crianças e jovens cresceram 42%, somando R$ 6 bilhões.
Segundo o diretor da área de Seguros, Vida & Previdência do Banco Itaú, Osvaldo Nascimento, o setor de previdência brasileiro não é autorizado a aplicar em fundos de alavancagem, portanto não há risco de grandes perdas com a volatilidade do mercado. Segundo ele, as regras para a previdência no Brasil são mais conservadoras devido às experiências anteriores de crises anteriores no País.
“Só quem já passou sufoco sabe se prevenir. Além disso, a taxa Selic é bastante atrativa para nossos rendimentos”, diz. Para Nascimento, se a alavancagem das carteiras de previdência brasileira fosse permitida, com certeza os fundos teriam interesse em aplicar uma boa parcela dos seus ativos nessa opção. De acordo com Nascimento, a crise vai ter um maior efeito nas relações internacionais do Brasil, já que o crédito ao exportador vai diminuir devido à queda no consumo externo. “A participação do mercado de previdência brasileiro gira em torno de 1,5% do PIB. É muito pequena para ser atingida pela crise”, afirma. Segundo ele, o segmento de previdência para crianças e jovens representa 4,5% das reservas do mercado geral de previdência. “Temos uma grande oportunidade de crescimento”.
Neste ano, o segmento de previdência para crianças e jovens do Itaú já cresceu cerca de 40%, com 270 mil planos na carteira, representando R$ 600 milhões em reservas acumuladas. “Se a população continuar disciplinada e aplicar mensalmente um valor em VGBL ou PGBL para o futuro dos filhos, o crescimento desse setor poderá triplicar a médio prazo”, analisa. De acordo com o executivo, as famílias estão começando a ver a previdência como um patrimônio, e, além disso, os pais também estão preocupados com o desempenho da previdência social, que apresenta um déficit de R$ 77 bilhões. “No atual ritmo, em 2032 haverá mais pessoas recebendo benefícios do que trabalhadores financiando a previdência”, finaliza.
Fonte: DCI OnLine
