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Seguro de crédito prevê perdas bilionárias

O calote de até US$ 500 bilhões em contratos de derivativos de crédito da Fannie Mae e do Freddie Mac, desencadeado pela tomada de controle das empresas de hipotecas por parte do governo dos Estados Unidos, poderá resultar em prejuízos da ordem de bilhões de dólares para seguradoras e bancos que ofereceram seguro de crédito nos meses recentes.
As perdas potenciais, aliadas à incerteza sobre como exatamente os contratos de derivativos serão liquidados e desfeitos, está colocando pressões sobre o não regulamentado mercado de derivativos de crédito de US$ 62 trilhões, que recentemente se tornou alvo de órgãos reguladores preocupados com os riscos ocultos que ele poderá conter para o sistema financeiro.
O número exato de swaps de crédito – uma espécie de seguro contra inadimplementos de crédito – pendentes contra as duas maiores fornecedoras de crédito hipotecário dos Estados Unidos, Fannie Mae e Freddie Mac, não é sabido, refletindo a natureza privada do setor. Segundo as mais recentes estimativas de operadores e analistas, porém, o valor dos contratos em aberto poderia atingir US$ 500 bilhões.
Michael Hampden-Turner, estrategista de crédito do Citigroup em Londres, avalia que possa haver US$ 200 bilhões a US$ 500 bilhões de CDS (do inglês, “credit default swaps”, ou swaps de crédito) não liquidados e outros derivativos de crédito relacionados com as duas financeiras hipotecárias.
Isso tornaria o seu calote no maior que o mercado já sofreu.O recorde anterior foi protagonizado pela Delphi, fabricante de autopeças dos Estados Unidos que faliu em 2005, e que tinha cerca de US$ 25 bilhões em CDS. Atualmente, estima-se que o valor de recuperação dos CDS do Fannie Mae e do Freddie Mac seja de aproximadamente US$ 0,95 por dólar, causando um prejuízo potencial de 5% para as seguradoras ou bancos que ofereceram proteção contra um calote. Em CDS no valor de US$ 200 bilhões a US$ 500 bilhões, as perdas poderiam atingir US$ 10 bilhões a US$ 25 bilhões.
Os atrasos nos pagamentos da Fannie Mae e do Freddie Mac são extremamente incomuns. Os US$ 1,6 trilhão em dívida efetiva emitida pelos grupos de crédito hipotecário é considerada segura, após a decisão do governo, de assumir o controle das empresas. A tomada de controle e subseqüente “tutela” equivale a uma falência nos contratos de derivativo de crédito. Isso significa que os contratos precisam ser desfeitos. Os operadores estão se empenhando para determinar como isso será feito.
A Associação Internacional de Swaps e Derivativos deveria anunciar hoje quais emissões de bónus da Fannie Mae e do Freddie Mac se qualificarão para ser usados para liquidar os CDS.

Fonte: Escola Nacional de Seguros

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