FenaPrevi debaterá tendências mundiais
O Brasil é tido como um dos países que mais apresenta potencial de crescimento em seguro de vida e planos de previdência privada na América Latina. Isto explica a quantidade de palestrantes estrangeiros no IV Fórum Nacional de Seguros de Vida e Previdência Privada, principal evento do setor, promovido pela Federação Nacional de Previdência e Vida (FenaPrevi) nos dias 27 e 28 de agosto, no Hotel Caesar Business, em São Paulo.
“O objetivo do evento é dar uma visão de macrotendências do setor e a importância do desenvolvimento dos mercados de seguros de pessoas e de previdência privada aberta”, diz Marco Antonio Rossi, vice-presidente da Fenaprevi e presidente da Bradesco Vida e Previdência.
A expectativa mundial com o segmento “life”, que inclui seguro de vida e aposentadoria, é de redução em faturamento diante da crise financeira internacional. Geralmente em momentos de dificuldades, o cancelamento do seguro, saques na poupança de aposentadoria e desaceleração de vendas novas em razão do declínio do crédito. Mas no médio prazo, trata-se de um mercado em crescimento, principalmente pela dificuldade de praticamente todos os países em relação as despesas com a previdência oficial.
Mas o Brasil aparentemente está imune à crise. O setor de previdência e de vida cresce a uma taxa média de 20% ao ano, mesmo sem a devida reforma previdenciária. “As pessoas estão conscientes de que precisam poupar para ter um futuro melhor. Quem não poupa hoje é por uma questão momentânea, mas há o desejo de poupar. Pesquisas revelam que ter um plano de previdência é um desejo de consumo, assim como televisores de plasma”, diz.
Outro dado que reforça o potencial no Brasil é o consumo per capital. Segundo o estudo da Swiss Re, em 2007 o consumo de seguros no Brasil foi de US$ 202 por pessoa, sendo US$ 95,2 com vida e US$ 107 com apólices patrimoniais. Nos países desenvolvidos o consumo por habitante chegou a US$ 3,57 mil.
A aposta no Brasil está em todas as camadas sociais, tanto para previdência como para vida. Segundo estudo da corretora Aon Affinity, 72% do mercado potencial para seguros de vida está concentrado nas classes C, D e E. O estudo afirma que as pessoas de menor renda se interessam mais por esse tipo de proteção do que as demais classes sociais.
“Um debate importante no Brasil atualmente é em relação a canais de distribuição dos produtos”, diz Rossi. “Como o aumento da base da classe média brasileira precisamos fazer o seguro chegar a essas pessoas.” Segundo Rossi, enquanto da Coréia temos 130 mil corretores de vida, sendo 85% mulheres, no Brasil temos apenas 20 mil que vendam seguro de vida. Outro assunto destacado por Rossi é a longevidade, que terá dois especialistas internacionais. “O Brasil tem mais de 11 mil pessoas acima de 100 anos de idade e é preciso pensar em produtos para esse nicho que está surgindo.” (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 3)(Denise Bueno).
Fonte: Gazeta Mercantil