Clientes mais seguros
Com o tema Tecnologia e Segurança, a 18ª. edição do Ciab Febraban – Congresso e Exposição de Tecnologia das Instituições Financeiras – reuniu 86 empresas e mais de 15 mil visitantes durante os três dias do evento em São Paulo.
“É aqui que os estrategistas buscam a novidade, novos conceitos, potencialidades de aplicações de tecnologia no serviço prestado a clientes e vislumbram os cenários futuros”, diz Carlos Eduardo Corrêa da Fonseca, diretor de Tecnologia e Automação Bancária da Febraban e coordenador geral do evento, no editorial da revista Ciab Febraban.
O futuro, para Jean Paul Jacob, engenheiro da IBM, se resume a uma palavra-chave: colaboração, o máximo denominador comum de quase todas as palavras que ele já ouviu, viu e leu sobre o que pesquisadores pensam quando o tema é futuro. Para o futurólogo, que pela segunda vez esteve presente no Ciab, a colaboração é fundamental para alcançar algo que todos almejam, a inovação.
Mas quais as barreiras existentes para a inovação se instaurar em instituições financeiras? Segundo ele, os mundos virtuais, como o Second Life, eliminam as barreiras e facilitam a inovação. “Implicitamente, todos têm alguma restrição ou reserva para com as diferenças por peculiaridades de outras pessoas – seja em aspectos físicos ou culturais. No mundo virtual, essa restrição cai”.
Outra peculiaridade dos mundos virtuais está no poder de comunicação das imagens em três dimensões (3D), possibilitando o maior uso de conceitos gráficos, ao invés de palavras. “O nosso cérebro está cabeado para imagens em 3D, a memória 3D é muito melhor do que a bidimensional.
Jacobs acredita que, no futuro, pequenos projetores multimídia portáteis, capazes de expor imagens 3D em qualquer lugar, darão ao mercado melhores opções para prospectar dados e perfis de clientes quase em nível individual, “um sonho do segmento financeiro, a massificação com personalização”.
Um relatório do Forrester Research – Retenção de clientes é um processo, não um evento – aponta que “os bancos estão descobrindo que, para aumentar a lucratividade dos clientes, é necessário persistir no relacionamento e incrementar o share of wallet (obter mais negócios por clientes)”, diz Mary Pilecki, autora do relatório.
“Os bancos começam a reconhecer que é importante saber quanto tempo os clientes deixam seu dinheiro depositado e como o utilizam”.
Mas possuir dados e reter clientes são duas realidades bem diferentes. Para Pilecki, o uso mais inteligente de softwares disponíveis, a revisão dos processos e a certeza de que a cultura organizacional suporta a retenção são maneiras de aumentar o share of wallet. “Perseverar na retenção de um cliente é tão importante quanto adquirir um novo e isso significa uma mudança de foco no produto para foco no cliente”.
Análise de crédito sem risco
A Crivo, desenvolvedora brasileira de software de automação para análise de crédito e risco, apresentou durante a Ciab a versão 4.0 do seu produto, com mudanças definidas principalmente com base em um levantamento realizado com os clientes. Entre as mudanças mais visíveis está a nova interface com o usuário, que foi objeto de estudos de usabilidade e ergonomia, ganhando um desenho mais amigável.
“Entre as funcionalidades incorporadas ao produto está o novo painel de controle que permite à área de TI diagnosticar mais rápido qualquer situação, como alguma mudança na política de aprovação de crédito, monitorando e analisando alterações. E também estamos incorporando funcionalidades que já preparam as empresas para as mudanças previstas na área de crédito e risco nos próximos dois anos”, diz o diretor Daniel Turini.
Além de atender as necessidades dos bancos, seguradoras e empresas de telecomunicações, a versão 4.0 agrega agora um conjunto de funções definidas para atender a demanda crescente da área de varejo e cartões.
Com tempo de resposta para um pedido de análise que varia de 2 a 20 segundos, o software Crivo é instalado no ambiente do cliente e moldado aos seus dispositivos de segurança.
Capaz de buscar dados em mais de 150 bancos de dados sem intervenção humana, que vão desde fontes públicas como Anatel, FGTS, IPVA e secretarias de Fazenda a fontes tarifadas como Serasa, Bankinform, CDLs, entre outras, a confidencialidade é garantida.
“Como o aplicativo roda dentro da empresa, já que o servidor Crivo é instalado na sua rede, nenhuma informação sai do seu banco de dados”, diz Rodrigo Del Claro, diretor de Relacionamento da Crivo. “Os dados são tratados como segredo industrial. O cliente pode monitorar desde aspectos técnicos, como performance, tempo de resposta das fontes e da decisão do Crivo até aspectos do negócio, como níveis de aprovação de crédito e rejeição de clientes. Uma seguradora, por exemplo, pode fazer um preço personalizado, de acordo com a análise de risco do segurado”.
Comunicação. A nova versão ainda permite o envio de emails para os gestores sobre decisões de crédito direto do sistema e a documentação de fontes. Este recurso permite que o usuário tenha acesso ao descritivo de cada fonte, sabendo exatamente como funciona e para que serve, podendo escolher as melhores alternativas para cada tipo de consulta.
“Este recurso propicia, de forma simples, a descoberta de fontes de informação que possam reduzir custos e riscos no processo de tomada de decisão”, diz Turini. Empresas do setor financeiro já estão implementando a versão móvel do produto, o Crivo Mobile, que permite consultas via PDAs, handhelds e celulares integrados ao sistema interno.
Fonte: Jornal do Commercio