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Bradesco Seguros vende fatia na Áurea e na SBCE e reforça o IRB

A Bradesco Seguros e Previdência, maior seguradora do país, resolveu sair de negócios não estratégicos e se focar em ramos elementares, saúde corporativa e vida e previdência. A Bradesco acaba de vender participações que tinha em duas seguradoras, a Áurea, focada em seguro garantia e de crédito interno, e a SBCE, que opera com apólice de crédito à exportação.
“Vamos nos dedicar ao nosso negócio principal. Estas operações demandavam tempo e dedicação”, diz Samuel Monteiro, diretor-geral administrativo e financeiro da Bradesco Seguros e Previdência. Reuniões de conselho, viagens, executivos deslocados para acompanhar o andamento dos negócios. Tudo isso, diz o executivo, exigia dedicação em operações consideradas pequenas perto do tamanho do Bradesco, que detém 25% do mercado brasileiro de seguros e teve receitas de R$ 7 bilhões apenas no primeiro trimestre. Em 2007, foram R$ 30 bilhões.
Na SBCE, a Bradesco Seguros tinha 12% do capital, avaliados em R$ 1,5 milhão. A seguradora francesa Coface comprou a fatia da Bradesco e assumiu o controle da SBCE, focada no crédito à exportação de longo e de curto prazo. A SBCE tem 50% deste mercado, que protege os exportadores da inadimplência dos compradores.
Segundo Fernando Blanco, presidente da Coface, a compra da SBCE aumenta significativamente as operações do grupo francês no Brasil. Focada no mercado de crédito, a Coface pretende trazer sua experiência no mercado francês, onde atua desde 1946, para incrementar os negócios da SBCE por aqui.
Já a Áurea é a segunda maior no mercado de seguro garantia (que garante que um empreendimento será concluído dentro do prazo previsto no contrato). A empresa também opera com apólices de crédito (que protegem contra inadimplência). O Bradesco tinha 27,5% do capital, que foi negociado com o Consórcio Internacional de Aseguradores de Crédito (Ciac), da Espanha, que tem entre os investidores, BBVA, Santander, Munich Re e o grupo espanhol Cesce, maior no país em seguro de crédito.
No final do ano passado, a Bradesco Seguros já havia saído de mais um negócio. Vendeu para o grupo americano Liberty os 40% que tinha da Indiana, focada em automóveis. Neste caso, conta Monteiro, a Indiana, controlada pela família Afif, recebeu uma proposta “excepcional” da Liberty e a seguradora foi vendida.
Enquanto a Bradesco Seguros deixa operações não estratégicas, a fatia de 21% que detém do IRB-Brasil Re não deve ser vendida. Ao contrário, diz Monteiro, a idéia da seguradora é reforçar as operações com o IRB, em meio à abertura do mercado de resseguros para outros competidores. “Esta participação não queremos vender.”
O IRB passa por uma processo de reestruturação, incentivado pelo Bradesco e a Unibanco AIG (o outro acionista privado do IRB), desde o ano passado, para adaptá-lo ao mercado aberto depois de 69 anos de monopólio.
“O IRB conhece como ninguém o setor e vamos ter vantagens com essa operação”, afirma Monteiro, justificando a decisão da seguradora de manter o negócio. Um dos planos para o IRB é sua abertura de capital, em um futuro próximo.
A Bradesco Seguros e Previdência respondeu no primeiro trimestre por 35% do lucro do Bradesco. A seguradora ganhou R$ 746 milhões, aumento de 41% em relação ao primeiro trimestre de 2007. Segundo Monteiro, depois de período complicado, operando no vermelho, o seguro saúde voltou a dar lucro.
Para reforçar os negócios na área de saúde, a seguradora comprou em janeiro a Mediservice, empresa especializada em gestão de planos de saúde, por R$ 85 milhões. Ainda no segmento, criou a Bradesco Dental, que começou esta semana a operar com seguro odontológico e quer chegar ao final do ano com 1 milhão de clientes e receita de R$ 160 milhões.
Outra aposta é a área de vida e previdência, que vêm registrando forte crescimento por conta da economia mais aquecida e o aumento da renda das pessoas. Os prêmios do segmento subiram 52% no primeiro trimestre, para R$ 432 milhões. A companhia ultrapassou a marca de 1,9 milhão de clientes em previdência (VGBL e PGBL) e 15,6 milhões em vida e acidentes pessoais.

Fonte: Valor

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