Ganho da seguradora sobe 41%
O Grupo Bradesco de Seguros e Previdência teve aumento de 41% no lucro líquido no primeiro trimestre, que saltou para R$ 746 milhões. A seguradora foi responsável por 35% do resultado do banco, considerando o lucro publicado – ou 39%, quando não se consideram os ganhos extraordinários do Bradesco.
As receitas somaram R$ 7,1 bilhões, incluindo seguros, previdência e capitalização, alta de 8,8%. A rentabilidade patrimonial foi de 37,8%. O grupo fechou o trimestre com 25 milhões de clientes.
Segundo Samuel Monteiro dos Santos Junior, diretor administrativo financeiro da seguradora, a melhora da carteira de saúde, que chegou a dar prejuízo no passado recente, foi uma das responsáveis pelo crescimento do lucro. Com o fim da venda de planos para pessoas físicas e o foco em planos empresariais, a carteira passou a dar lucro e vem gerando resultado positivo de R$ 35 milhões por mês.
Outro fator que contribuiu foi o fim do ciclo de provisões para o seguro saúde individual. Com reajustes de preços abaixo da inflação médica, a seguradora provisionou R$ 1,4 bilhão desde 2003. Dos prêmios com saúde, que somaram R$ 1,1 bilhão, 75% vieram dos planos corporativos.
As provisões também ajudaram a carteira de automóveis. Segundo Santos, a seguradora fez reservas adequadas para o caso dos sinistros com as enchentes que costumam ocorrer na cidade de São Paulo no verão. Como as chuvas não causaram tantos prejuízos, a Bradesco acabou se beneficiando. Nos autos, o índice de sinistralidade baixou de 75% , no primeiro trimestre de 2007, para 69,9% este trimestre.
Ainda nos autos, o executivo conta que, apesar dos preços menores, a seguradora conseguiu melhorar o resultado. “A adoção do perfil permitiu uma melhor definição do preço.” Os prêmios da carteira, na comparação com o primeiro trimestre de 2007, baixaram 6%, para R$ 482 milhões.
O volume de provisões técnicas alcançou R$ 59,7 bilhões, aumento de 18% – equivalentes a 35% das reservas do mercado segurador nacional. O índice combinado, que avalia a eficiência operacional (quanto menor, melhor), baixou 12 pontos na comparação de 12 meses, caindo para 83,9%.
Em tempos de queda dos juros, a seguradora foi atrás dos fornecedores e renegociou todos os contratos. “O resultado atual não é surpreendente. O anormal era a situação anterior (quando a carteira de saúde dava prejuízos)”, afirma o executivo.
Fonte: Valor