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Susep admite adiar abertura do setor

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) não descarta a hipótese de adiar o início de vigência das regras que remodelaram as operações de resseguros no País, marcado para a próxima quinta-feira, dia 17, quando as seguradoras poderão negociar livremente 40% de suas necessidades de resseguros no mercado aberto. O superintendente do órgão, Armando Vergilio dos Santos Júnior, afirmou que o adiamento só será evitado se não houver o risco de desabastecimento na oferta de resseguro no mercado interno.
Ele destacou que a Susep, contudo, está fazendo o possível e o impossível para manter a data estabelecida pela legislação aprovada no final do ano passado. O prazo será mantido se houver condições mínimas de segurança. Tenho pressupostos que me dão certa tranqüilidade quanto a isso, disse Armando Vergilio.
O fator mais preocupante, segundo ele, está na demora dos grupos estrangeiros entrarem com pedido formal de autorização à Susep para atuarem no mercado brasileiro. Este procedimento tende a intensificar a concentração à véspera da data de início de vigência do novo regulamento, sobrecarregando ainda mais o trabalho na autarquia, que tem corpo técnico reduzido.
COMPETIÇÃO. Armando Vergilio manifestou-se preocupado com essa situação e fez um apelo às empresas, já decididas o operar no País, no sentido de formalizem o pedido de autorização o mais rápido possível. Para ele, é fundamental que haja oferta de resseguros e, conseqüentemente, mais competição dentro do País a partir do final da semana que vem, com a abertura e outras regras em vigor. Ele elogiou ainda a atuação dos técnicos da autarquia, especialmente no processo de elaboração das minutas das normas que regulamentam a abertura.
Na avaliação de Armando Vergilio, a maior prova de excelência da regulamentação aprovada é o número de empresas que optaram por atuar como resseguradoras locais. A princípio, a expectativa era de que apenas um ou duas, além do IRB Brasil Re, fizessem essa opção. Mas, hoje, já há quatro grupos privados com decisão tomada para operar concorrendo com o IRB: J. Malucelli, Munich Re, Mapfre Re e XL Re. Até o momento, nenhum deles recebeu autorização para operar.
Segundo o titular da Susep, existe a possibilidade de mais uma ou duas empresas confirmar a intenção de funcionar como resseguradora local, no decorrer da próxima semana. Com isso, estamos conseguindo atingir o nosso objetivo de garantir um mercado local forte e competitivo. Toda a regulamentação foi costurada nesse sentido, comentou Armando Vergilio. Ele observou que ainda há mais de duas dezenas de resseguradoras que estarão em atividade no Brasil como admitidas e um outro número expressivo delas atuando eventualmente.
Otimista, ele disse acreditar que o mercado de resseguros crescerá em ritmo mais acelerado do que o de seguro. Para ele, com a abertura, a receita movimenta nas operações de resseguro no País, que foi de R$ 3,5 bilhões em 2007, pode chegar a R$ 4,5 bilhões ou até a R$ 5 bilhões já ao final de 2008. O seguro deverá crescer 20%, muito mais que o PIB, que deve ficar próximo dos 5%. E o resseguro dará um salto ainda maior, previu Armando Vergilio.

Fonte: Jornal do Commercio

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