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Renault tenta preencher vagas abertas

Quando decidiu abrir 200 vagas para ampliar seu centro de engenharia no Paraná, em São José dos Pinhais, com o objetivo de cobrir toda a região da América Latina, em meados de 2007, a montadora francesa Renault recebeu prontamente mais de 10 mil currículos. O sucesso na rápida resposta dos candidatos, porém, não significou que o recrutamento tivesse sido concluído satisfatoriamente. Apenas 60 engenheiros passaram pelo crivo de seu processo seletivo.
Encontrar o perfil ideal foi tão difícil que a companhia continua este ano a sua “caça aos talentos” da engenharia. A intenção é preencher as 140 vagas restantes até, no máximo, 2009. “Precisamos de gente experiente com um conhecimento técnico aprofundado”, justifica Marc Barral, diretor-adjunto de engenharia Américas da Renault. A saída tem sido buscar esses profissionais na concorrência ou em indústrias metalúrgicas com atividades similares às da montadora.
A busca por engenheiros qualificados está sendo feita em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Salvador, onde atuam outras montadoras. A empresa não informa o salário oferecido aos engenheiros, mas diz que para os cargos mais altos estão sendo oferecidos até os famosos bônus de contratação (“hiring bonus”). A procura engloba desde analistas juniores até supervisores. Alguns candidatos foram dispensados na primeira fase do recrutamento, segundo Barral, porque tinham pretensões salariais altas ou porque sua experiência não atendia às necessidades técnicas da empresa.
As vagas são para engenheiros da área mecânica e mecatrônica. “A tendência é que cresça muito no futuro a procura por especialistas em mecânica e eletrônica”, prevê Barral. Além de alguma vivência na área automotiva, a Renault quer profissionais com fluência em inglês ou francês.
Em Curitiba, na sede da empresa, a companhia criou até uma campanha intitulada “indique um amigo”. Quem recrutar um conhecido e este for contratado, recebe um “brinde”, explica o diretor. “Queremos atrair pessoas da região para facilitar o processo de adaptação”, diz.
Este ano, a empresa recomeçou a campanha publicitária para atrair engenheiros em várias cidades brasileiras. Os 60 contratados em 2007, com idades entre 28 e 35 anos, vieram de várias procedências. “A região de Curitiba é atraente para quem quer trazer a família”, diz Barral. Os selecionados do ano passado passaram por uma série de entrevistas onde tiveram sua personalidade, experiência e conhecimento técnico analisados.
Para Barral, o grande problema para encontrar engenheiros hoje no Brasil é que existem poucos especialistas na área automobilística. “As pessoas optam por fazer carreira na área de gerenciamento e não na área técnica”, diz.
Para driblar essa dificuldade em encontrar engenheiros experientes, a Renault decidiu ampliar sua busca por jovens talentos. “Vamos treina-los na nossa sede na França”, diz. “O Brasil hoje forma cerca de 30 mil engenheiros por ano e destes apenas 8 mil são da área automobilística”, diz. A Renault tem 4, 5 mil funcionários no Brasil, sendo 500 engenheiros. Na América Latina, ela emprega 600 profissionais na área de engenharia. O volume de vendas da companhia no país em 2007 foi de 109.206 veículos.

Fonte: Valor

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