Competidoras novatas reativam telefonia fixa
Todos apostam no avanço do sistema móvel. Porém, a presença de novos competidores no mercado e a melhora no desempenho da economia brasileira garantem uma sobrevida aos velhos fios de cobre.
O número de linhas fixas em serviço – ou seja, efetivamente em uso – voltou a crescer no país no ano passado, depois de uma queda em 2006. O total subiu de 38,8 milhões para 39,3 milhões. A expansão foi pequena, mas pode ser totalmente atribuída à atuação de empresas novatas que entraram na competição com as grandes concessionárias de telefonia. Oi, Telefônica e Brasil Telecom perderam clientes – como vem ocorrendo há cinco anos -, enquanto operadoras como GVT, Net e Embratel ganharam assinantes em ritmo mais do que suficiente para impedir um novo encolhimento do mercado.
As empresas competidoras têm atraído clientes com ofertas baseadas em pacotes multisserviços. Também têm a seu favor o fato de não cobrar assinatura básica – que é um ponto fundamental no equilíbrio econômico-financeiro das concessionárias, mas tem a antipatia dos consumidores. Por último, as novatas podem concentrar seus investimentos nas áreas mais rentáveis do mercado, diferentemente de Oi, Telefônica e Brasil Telecom, que têm metas de universalização a cumprir.
A reestruturação financeira de empresas como GVT e Net também contribuiu para renovar o fôlego do setor. Tudo isso num momento de expansão da economia do país, que tem ampliado os horizontes das companhias. Mais gente está comprando telefones, não só para falar, mas também para conectar computadores à internet discada ou em banda larga. “Pessoas que estavam à margem do mercado agora estão sendo incluídas”, diz o vice-presidente de mercado residencial da GVT, Alcides Troller.
No ano passado, a Embratel aumentou em 46,3% as vendas do Livre, telefone fixo voltado para clientes de menor poder aquisitivo. “Essa classe C emergente é a nossa grande aposta”, afirma Guilherme Zattar, diretor de negócios residenciais da Embratel.
Fonte: Valor