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Bradesco compra Mediservice, do grupo Marsh, por R$ 84,9 milhões

Depois de muito tempo sem comprar companhias, o grupo Bradesco Seguros e Previdência anunciou ontem a compra da Mediservice, uma administradora de planos de saúde de grandes multinacionais, do grupo Marsh McLennan, por R$ 84,9 milhões.
A negociação, que depende da aprovação dos órgãos reguladores, prova que saúde deixou definitivamente de ser o patinho feio para as seguradoras, rótulo adquirido em 1999, quando o governo mudou toda a regulamentação do setor, obrigando cobertura de diversos procedimentos e tirando das empresas o livre arbítrio de reajustar preço dos planos individuais. Consequentemente, os prejuízos se acumularam e muitas companhias deixaram de investir nessa área.
Desde o ano passado, as empresas voltaram a apresentar lucro com a área de saúde, após quase cinco anos sem vender planos individuais e focando a atuação em planos empresariais, onde o reajuste anual é negociado sem a interferência do governo. “O setor de saúde começa a apresentar sinais de melhora, mas a competição é muito grande. Ganhar escala é fundamental para a Bradesco se manter na liderança deste segmento”, diz Heráclito de Brito Gomes Júnior, diretor-geral da Bradesco Saúde.
A Mediservice, com faturamento anual de R$ 400 milhões, era uma das empresas mais disputadas neste segmento de saúde em plena consolidação. Isso porque ela tem apenas contratos empresariais com grandes multinacionais; mais de 320 mil vidas em todo o Brasil, atendidas por uma rede de 30 mil credenciados, entre médicos, dentistas, laboratórios, centros de diagnose, clínicas, hospitais e serviços de emergência.”Um dos pontos que nos atraiu foi ela ter sistema para administrar diferentes planos, o que traz flexibilidade para desenhar produtos sob medida para nossos clientes”, diz o executivo da Bradesco Saúde, que fatura anualmente cerca de R$ 4 bilhões e tem 2,8 milhões de usuários, sendo 90% em planos empresariais.
Além de estar fora do controle de preço do governo, o segmento de administração de planos de saúde enfrenta grande competição porque não oferece risco para seguradoras e operadoras. O ganho ou perda financeira fica por conta do contratante do plano. As empresas pagam uma taxa entre 6% e 10% para que terceiros se encarreguem de todo o trabalho burocrático da gestão do plano, como administrar a rede credenciada de prestadores, call center, emissão de relatórios, gerenciamento de doentes crônicos, nutricionistas, palestras sobre prevenção, qualidade de vida, doenças laborais, entre outros serviços.
Segundo Thomaz Menezes, principal executivo do grupo MMC para a América Latina e Caribe, a venda da Mediservice faz parte do planejamento estratégico do grupo, que compreende focar a atuação em quatro segmentos: consultoria e corretagem, gerenciamento de risco, benefícios e ramos tradicionais do segmento corporate, médias empresas e afinidades.
“A Mediservice é uma herança da aquisição da Johnson e Higgins e estava nos planos a sua venda”, diz. Segundo ele, o valor será investido nas subsidiárias da América Latina. Em dezembro último, o grupo MMC nomeou um novo presidente mundial, recomprou ações e vendeu a administradora de recursos Putman, que tinha operações concentradas nos Estados Unidos. No Brasil, o grupo MMC tem a corretora de seguros Marsh, a corretora de resseguros Guy Carpenters, a empresa de segurança Kroll e a consultoria de benefícios Mercer.

Fonte: Gazeta Mercantil

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