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Seguradora busca classes C, D e E para vender microsseguros

A estimativa foi defendida ontem, em almoço realizado no Rio de Janeiro, pelo superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Armando Vergílio dos Santos Júnior.
Segundo ele, este produto, que ainda não existe no mercado nacional, pode atingir parte expressiva das 50 milhões de famílias das classes C, D e E. O executivo reforçou que para o mercado de seguros crescer será necessário um conjunto de ações, mas esse estrato social será de grande importância para aumentar a demanda por seguros no País.
Seguros de pequenos objetos ou serviços como celular, auxílio odontológico, para casamento ou funeral são exemplos do que seria um microsseguro.
Vergílio acrescentou o seguro popular como outro produto importante que poderá contribuir para o crescimento do setor de seguros, lembrando que hoje existem poucos produtos com esse perfil. Para ele, os automóveis usados com mais de oito ou dez anos se encaixariam nesse perfil de produto caso o mercado ofereça um preço mais atrativo.
“Isso não significa que o preço do seguro popular será metade de um valor convencional, como algumas pessoas acreditam, mas seria o custo mais próximo da realidade do produto. Para isso, estamos dispostos a enfrentar a questão fiscal e a estudar esse tipo de mercado para viabilizar um seguro mais em conta. Mas é preciso ainda estudar o seu público-alvo para saber se está disposto a fazer esse tipo de seguro”, explicou.
Resseguro
Quanto às regras de solvência de seguro e resseguro – que terá seu mercado aberto a partir de 2008, Vergílio disse que o ponto questionado pelo Lloyd´s of London, que trata da necessidade de o ressegurador ter uma conta no Brasil com capital que garanta o pagamento de sinistros no País, não pode ser modificado, pois faz parte da Lei Complementar 126. As regras de solvência serão apresentadas pela Susep ao Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) no próximo dia 17 com a regulamentação do setor. “Não podemos criar regras para agradar um ou outro player. Por isso, não iremos construir uma regra para agradar o Lloyds”, resumiu.
O superintendente reforçou que as duas questões dentro do tema mais levantadas durante audiência pública da regulamentação do segmento foram as regras de preferências e as de garantias, mas que, de uma maneira geral, a maioria dos pontos foi aceita pelas entidades do setor, com um índice de 70% de aprovação das normas.Vergílio acrescentou ainda que serão quatro ou cinco agências de rating (classificação de risco) as responsáveis por avaliar a solvência das resseguradoras. Porém, caberá à Susep fazer um comparativo dos dados levantados no mercado para ter uma média segura do risco.
“Dependendo da avaliação de rating, feita pelas principais agências internacionais, o ressegurador deve ter apenas um capital básico, mas, se não obtiver um rating tão bom, terá que ter reservas adicionais como diz a lei”, explicou Vergílio.
Vida e prestamistas
O mercado de seguros de vida movimentou R$ 8,7 bilhões nos oito primeiros meses do ano, uma expansão de 13,7% em relação ao acumulado no mesmo período do ano passado. Os números consolidados são da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) e não incluem o VGBL, considerado para esse fim como produto de acumulação previdenciária.
Os seguros prestamistas (aqueles contratados pelas financeiras e pelo varejo para garantir o pagamento de prestações em caso de morte, invalidez total ou desemprego do comprador) foram o destaque do período, com crescimento de 48,45%. Entre janeiro e outubro, o volume de prêmios dessa modalidade de seguros chegou a R$ 1,67 bilhão, contra R$ 1,1 bilhão movimentado no mesmo período do ano anterior.
Para Antonio Cássio dos Santos, presidente da entidade, a expansão do crédito e a perspectiva otimista das vendas de final de ano indicam que o volume de prêmios referentes aos prestamistas deve superar com folga as expectativas iniciais da Fenaprevi para o ano. “Tínhamos uma projeção inicial de crescimento de 38%, mas fecharemos 2007 com crescimento em torno de 50% em relação ao ano passado”, diz o executivo em comunicado.

Fonte: DCI OnLine

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