Previdência complementar, rumo ao R$ 1 trilhão
No Brasil, este patrimônio é administrado pelas Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC), que são os bancos e seguradoras, e pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), os fundos de pensão.
Estas reservas vêm crescendo a índices expressivos. Para que possamos ter uma dimensão deste crescimento vejamos este dado: há cinco anos, as reservas somavam aproximadamente R$ 200 bilhões, ou seja, neste período o mercado deu um salto de 150%, atingindo os R$ 500 bilhões em reservas previdenciárias, segundo os dados publicados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e pela Secretaria de Previdência Complementar (SPC), entidades que supervisionam o setor.
O crescimento do mercado ocorre de duas formas distintas: a primeira é o aumento da arrecadação líquida, que é o valor calculado pelo total que é arrecadado pelas entidades de previdência menos a soma dos benefícios e resgates pagos. A segunda forma é aquela gerada pela rentabilidade das reservas já existentes nos planos e que estão investidas no mercado financeiro.
O aumento da arrecadação líquida tem ocorrido somente nas entidades abertas nos últimos anos. Este fato pode ser explicado tanto pela atuação comercial dos bancos, quanto pela conscientização da população sobre a necessidade de buscar uma complementação de renda na aposentadoria. Outro grande público que aderiu à previdência privada aberta foi o dos investidores de poupança e fundos de renda fixa, que encontraram em produtos como o VGBL uma alternativa de investimento atraente em função do tratamento tributário diferenciado, além de um importante instrumento de planejamento sucessório, já que não entra em inventário.
Os fundos de pensão por sua vez, por estarem há mais tempo em atividade, já pagam um grande número de aposentadorias e, como conseqüência disto, os valores que arrecadam de contribuições já são inferiores aos valores pagos à título de benefícios previdenciários. Os planos de previdência instituídos, ou seja, aqueles criados por entidades de classe e profissionais e voltados para seus associados, esperam reverter este cenário nos próximos anos.
Em relação à rentabilidade das reservas, esta tem sido uma importante alavanca para o crescimento do mercado, principalmente nos fundos de pensão, nos quais estas reservas vêm obtendo, ano após ano, rentabilidades superiores à taxa Selic devido à aplicação de aproximadamente um terço do capital no mercado acionário e no de renda variável, segundo dados da Abrapp para o ano de 2007.
Nas entidades abertas, a aplicação em renda fixa ainda prevalece, entretanto, com a queda dos juros para o atual patamar, os participantes começaram a optar pela aplicação em planos de previdência, com percentuais cada vez maiores alocados em renda variável, aumentando a possibilidade de bons resultados, já que a flutuação faz parte desta natureza de investimento, do crescimento da rentabilidade dessas reservas no longo prazo.
Com o atual ritmo de crescimento do mercado é esperado que, em menos de cinco anos, possamos atingir a tão aguardada marca de R$ 1 trilhão em reservas. Todo esse investimento será de suma importância para o País, já que boa parcela desse bolo estará investida no mercado acionário e na economia real, impulsionando o desenvolvimento das empresas e o crescimento do nível de empregos.
Fonte: Jornal do Commercio