Burocracia na habitação trava fim de déficit
Diminuir a burocracia na aprovação de projetos e concessão de crédito é fundamental para acabar com o déficit habitacional que atinge 7,9 milhões de famílias, sendo que a maior parte delas está concentrada nas classes mais baixas. A constatação é do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), João Cláudio Robusti. Segundo ele, este é um dos principais motivos pelo qual muitas empresas deixam de investir em empreendimentos nas regiões onde a ausência de moradias para as famílias mais pobres é maior. “As construtoras gastam cerca de 4% do valor da obra em burocracia. É tempo e dinheiro que vão pelo ralo. Precisamos acabar com isso: antes e depois da unidade entregue”, fala.
A Secretaria Nacional de Habitação, Inês Magalhães, reforça o coro, destacando que o barateamento das moradias é fundamental e deve começar com a redução da burocracia e carga tributária. “No entanto, temos que ter produtos acessíveis para famílias com renda de até três salários mínimos. O mercado não produz para esse perfil de renda”, ressalta Inês.
Diante da alegação da Secretaria, Robusti destaca que realmente o mercado já se adequou e está atendendo bem à classe média e alta. “Precisamos produzir em larga escala residências entre R$ 35 e R$ 65 mil, mas os governos Federal, Estadual e Municipal têm que entrar com subsídio e redução de tempo para aprovação de projetos e financiamento. Só assim as pessoas terão acesso à moradia digna”, conclui.
O presidente do Sinduscon-SP e a Secretaria Nacional de Habitação participaram hoje, na capital paulista, do lançamento do movimento “Moradia para Todos. Esta meta é possível”, que reuniu dez propostas entregues ao governo para acabar com o déficit habitacional. Vanessa Stecanella – Redação
Fonte: Gazeta Mercantil