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Nos planos globais da Apple, Brasil parece mero coadjuvante

Como na maior parte do mundo, no Brasil também é fácil encontrar sinais do prestígio da marca Apple. O esforço bem-sucedido de Steve Jobs para tirar a companhia da grave crise que a vitimou na década passada tornou-se uma lição estudada com interesse nas escolas de negócios e fez do executivo-chefe um ícone da inovação. Nas publicações especializadas, ele é geralmente retratado como um líder competente e um personagem “maneiro”, que traduziria bem o espírito da companhia.
Mas a despeito dessa imagem – e do interesse do consumidor pelos produtos da empresa, em especial o tocador de música iPod e o celular iPhone -, o Brasil parece distante das prioridades da Apple.
Em cinco anos, a empresa não teria credenciado mais de cinco revendas, além de reduzir o tamanho de sua própria equipe no Brasil. Dos 50 funcionários existentes há algum tempo – quando a Apple só trabalhava com computadores para empresas -, o quadro teria sido diminuído para menos de uma dezena de profissionais, com o agravante de que agora a empresa também atua no varejo, diz uma pessoa a par do assunto.
Na América Latina, diz essa pessoa, o foco da Apple estaria dirigido ao mercado mexicano: cerca de 70% dos negócios da empresa na região estariam concentrados no México. A proximidade com os Estados Unidos facilitaria a venda dos produtos naquele país. O Brasil representaria uma parte quase insignificante do faturamento global: embora não existam dados oficiais, o número corrente entre os revendedores é de que a participação variaria entre 0,1% e 0,2%.
A participação mirrada seria resultado da estratégia da matriz americana e de sua resistência em seguir o caminho adotado por todas as grandes fabricantes internacionais de computadores que atuam no Brasil: produzir os equipamentos no país. “Sem a produção local, é impossível competir”, diz outro executivo do setor.
No fim da década passada, a Apple chegou a iniciar as negociações com o governo federal para fabricar os produtos no país, mas as conversações não evoluíram e a empresa acabou desistindo do projeto, conta esse executivo.
A opinião compartilhada por pessoas que conhecem bem o setor é que a Apple optou por manter uma operação pequena no Brasil, com um retorno igualmente modesto, em vez de arriscar-se a investir mais para tentar ampliar sua participação. O reflexo dessa política, no entanto, seria o enfraquecimento dos canais indiretos de venda no Brasil. Procurada pelo Valor, a Apple não quis falar sobre o assunto.

Fonte: Valor

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