Susep prevê expansão maior do setor
O surpreendente desempenho das vendas dos planos de vida geradores de benefício livre (VGBLs) no primeiro semestre levou a Superintendência de Seguros Privados (Susep) a rever, para cima, a estimativa de crescimento da atividade de seguros para este ano. Pelo relatório de acompanhamento dos mercados supervisionados, recém-divulgado, a nova projeção aponta para uma expansão nominal de 16,9%, 3,5 pontos percentuais acima da prevista em maio, de 13,4%.
Refeitas as contas, que também consideram o desempenho esperado do Produto Interno Bruto (PIB) e da inflação medida pelo IPCA, as seguradoras devem fechar o ano faturando R$ 58,6 bilhões, pouco mais de R$ 2,1 bilhões acima do montante conjeturado anteriormente. Os dados da Susep não incluem o seguro-saúde, que está sob a alçada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Mesmo sem levar em conta o VGBL, o desempenho do mercado de seguros vem ficando acima das projeções iniciais, ainda que a diferença seja residual. Segundo a Susep, a taxa de crescimento aguardada (sem o VGBL) passou de 12%, em maio, para a atual 12,24%.
Ainda de acordo com as estimativas da Susep, o VGBL deve captar este ano algo em torno de R$ 19,5 bilhões, o que representará 33,3% do faturamento global do mercado previsto pela autarquia. Já a participação da carteira de veículos vai girar em torno de 23,5%, com receita projetada de R$ 13,7 bilhões. Nos seguros patrimoniais, o faturamento deve ficar pouco acima de R$ 6 bilhões e no segmento de transportes, em R$ 1,657 bilhão. Já nos produtos tradicionais de vida em grupo, a captação vai girar perto de R$ 5,6 bilhões.
As perspectivas são as melhores possíveis para o mercado de seguros nos próximos dois anos, segundo a Susep. A autarquia prevê que, em 2008, o faturamento do setor, sem contar o seguro-saúde, poderá chegar a R$ 64,9 bilhões, implicando em crescimento da ordem de 10,7% em relação à receita projetada para o atual exercício.
em 2 anos. Já para 2009, a receita prevista é de aproximadamente R$ 71,1 bilhões, crescimento de 9,5% em comparação a 2008. De acordo com a Susep, o VGBL continuará puxando a expansão do mercado segurador, gerando prêmios próximos de R$ 24 bilhões em 2009, 22,8% acima da soma projetada para 2007. No mesmo período, a carteira de automóvel deverá ter incremento de 22,6%, atingindo o patamar de R$ 16,8 bilhões em 2009.
No setor privado, o clima também é de otimismo. O presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Armando Vergilio dos Santos Junior, afirmou, por exemplo, que todos os países que saíram da posição de “em desenvolvimento” para “desenvolvidos” ancoraram o crescimento no mercado de seguros. Ele assinalou que no ano passado o setor movimentou R$ 74 bilhões, 3% do PIB nacional, e disse acreditar que essa fatia mais que dobrará até 2010. “A atividade de seguros terá até 6,5% do PIB em quatro anos”, disse Armando Vergilio, que esteve quarta-feira em Vitória para apresentar ao mercado local detalhes do 15º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, que a Fenacor promoverá na capital capixaba, de 11 a 13 de outubro.
Cotado para substituir o atual superintendente da Susep, Renê Garcia Junior, que pediu exoneração, Armando Vergilio evitou falar sobre o assunto. Ainda no evento em Vitória, o presidente da Fenacor apontou, entre os fatores que contribuem para o crescimento da indústria do seguro, a estabilidade e o crescimento da economia, o aumento do poder de compra do trabalhador e uma maior conscientização da população sobre a importância do seguro.
Ele disse ainda que a evolução do seguro pode ser avaliada tanto do ponto de vista econômico quanto do social, já que se trata de uma atividade ligada diretamente à estabilidade. “Dos R$ 74 bilhões de receitas geradas pelo setor no ano passado, mais de 50% foram devolvidas à sociedade na forma de indenizações”, lembrou Armando Vergilio.
Fonte: Jornal do Commercio