Os bancos médios encostam nos grandes
São Paulo, 27 de Março de 2007 – Recuperadas dos efeitos da quebra do Santos, instituições atraem investidores e pensam em compras. Depois de sofrerem para se recuperar de um ano difícil logo após a quebra do Banco Santos, em 2005, os bancos médios brasileiros tiveram em 2006 um ano excelente. A rentabilidade sobre o patrimônio, de 19,6% ao ano, em média, está apenas um ponto abaixo da média dos dez maiores; a carteira de crédito cresceu 39,2%; e a inadimplência ficou em 2,2%. Nos depósitos a prazo, o crescimento foi de 29,5% no ano passado, enquanto nos grandes o índice ficou em 12,2%, segundo estudo da Austin Rating feito a pedido deste jornal.
“A abertura de capital na Bovespa é a quarta etapa da onda de consolidação dos bancos médios”, diz Milto Bardini, presidente da ABBC, a entidade que reúne essas instituições. Para ele, o próximo passo é partir para aquisições.
Esses bancos, que sofreram saques de investidores receosos em relação a um efeito dominó provocado pelo Banco Santos, liquidado em 2004, fizeram do crédito consignado para aposentados do INSS sua tábua de salvação. O negócio se mostrou atraente e foi fácil ceder parte das carteiras a bancos maiores. O aumento da demanda de empresas médias por empréstimos, outro foco de atuação dessas instituições, também ajudou. Por fim, a grande liquidez internacional permitiu o acesso a recursos no exterior. “Agora eles precisam ganhar musculatura para ser mais competitivos”, diz Erivelto Rodrigues, presidente da Austin.
Página B-1(Gazeta Mercantil/1ª Página – Pág. 1)(Léa De Luca e Alessandra Bellotto)
Fonte: Gazeta Mercantil