Fenaseg cria empresa para DPVAT
Mais uma seguradora se organiza para começar a operar a partir de janeiro de 2008. Ainda sem nome e sem acionistas definidos, a nova companhia vai operar apenas com o seguro obrigatório DPVAT. “A idéia é que haja uma reformulação no modelo de gestão deste seguro para que se adote as práticas de governança já praticadas pelas companhias”, disse Ricardo Xavier, diretor geral do convênio DPVAT, hoje administrado pela Federação Nacional das Seguradoras (Fenaseg), responsável pela criação da seguradora.
O seguro obrigatório indeniza vítimas de acidentes de trânsito. No ano passado, os prêmios totalizaram R$ 2,9 bilhões, crescimento de 49%. Cerca de 65 seguradoras operam com o convênio, para que a população tenha uma rede pulverizada para solicitar a indenização. A criação da seguradora não irá alterar as participantes do convênio, a não ser que as empresas tenham a estratégia de deixar de operar com o DPVAT, como já fizeram algumas estrangeiras como AGF, Metlife, HDI, Royal & SunAlliance.Uma seguradora líder terá a responsabilidade de administração do consórcio, como receber o prêmio e regular o sinistro”, explicou Xavier, afirmando que ainda não está definido quem será. A Bradesco Seguros é a maior, com 18% de market share e prêmios de 524 milhões. A Itaú é a segunda maior, com R$ 291 milhões, com sua participação tendo sido reduzida de 11,7% em 2005 para 10% em 2006. A Unibanco AIG vem em terceiro, com 235 milhões, alta de 33% na arrecadação e queda de um ponto percentual no market share, para 8%. A SulAmérica é a quarta, com R$ 189 milhões.
Quem quer que participe terá o custo de abertura de uma seguradora, cujo capital mínimo antes das novas regras era de R$ 7,4 milhões.
O valor do prêmio arrecadado com o DPVAT é repassado da seguinte forma: 45% para o Fundo Nacional de Saúde, pelo atendimento prestado às vítimas de trânsito; 5% para o Denatran, para custeio de campanhas; 0,65% para a Funenseg e 1,19% para a Susep. O restante é para pagamento das indenizações e custos operacionais.
Depois dos repasses, ficou na companhia R$ 1,4 bilhão em 2006. Desse valor, R$ 1,17 bilhão foi pago em indenizações e R$ 246 milhões com gastos com a operação. Restou um déficit de R$ 26 milhões, retirados das reservas técnicas do seguro compostas pelo ganho financeiro que a operação proporciona. Em 2006, o consórcio pagou 193 mil indenização. “Uma a cada três segundos”, disse.
Fonte: Fenaseg
