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Governo proíbe fretamentos e prevê menos atrasos no Réveillon

Após reunião que contou com representantes de setores envolvidos na crise aérea que atinge o país, o ministro da Defesa, Waldir Pires, anunciou na quarta-feira (27) medidas para reduzir os atrasos e cancelamentos de vôos. Ele disse que, para o feriado prolongado de Réveillon, a expectativa é de uma “situação bem mais confortável” nos aeroportos, sem os “momentos de agonia” registrados no Natal.
As medidas para evitar o caos no fim do ano incluem a proibição de novos fretamentos e a punição em casos de “overbooking” –reserva de passagens acima da capacidade dos aviões.
Ao limitar os fretamentos, o governo teria como objetivo evitar que empresas de turismo solicitem, com pouca antecedência, aeronaves para o transporte dos turistas, o que poderia provocar a falta de aviões para o transporte dos demais passageiros de vôos regulares. A expectativa é que o movimento aumente nos aeroportos a partir de sexta-feira (29), para o Ano Novo.
Apesar do anúncio das medidas, o ministro não deu detalhes de como será aplicada a proibição de novos fretamentos ou por qual período.
Falhas graves
Na avaliação do ministro, a TAM cometeu falhas graves que levaram a uma nova onda de atrasos nos vôos e tumultos nos aeroportos brasileiros, na semana passada.
“Houve falhas graves em relação a fretamento e “overbooking”. Não tenho nenhuma dúvida que houve [“overbooking”]. (…) As sanções serão as mais rigorosas possíveis. São sanções que a lei estabelece”, afirmou.
Procurada pela reportagem, a assessoria da TAM disse que a empresa aérea não iria comentar as declarações do ministro. Nesta quinta, o diretor de Relações Institucionais da empresa, Paulo Castello Branco, deverá falar com a imprensa.
Auditoria
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) realizou uma auditoria na sede da TAM, em São Paulo, para verificar o que causou os atrasos nos últimos dias. A empresa aérea terá de explicar por que precisou, na semana passada, de auxílio de aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira) e de outras companhias aéreas para transportar os passageiros.
Questionado se os atrasos e cancelamentos da TAM foram causados por desvios de vôos regulares para vôos fretados, o ministro não quis responder e informou que o relatório da Anac deverá ser apresentado nesta quinta-feira.
Na terça (26), a agência também iniciou uma fiscalização no setor de reservas em todas as companhias aéreas, para evitar um colapso no final do ano. A punição por “overbooking” deve incluir multas. Os valores variam de R$ 3.000 a R$ 4.000, conforme a Anac.
Atrasos e tumulto
Balanço divulgado pela Anac na noite desta quarta-feira mostra que 265 vôos sofreram atrasos de mais de uma hora no país, da 0h às 19h05. No total, 71 vôos foram cancelados. Sob a justificativa de problemas técnicos, a agência não divulgou quantas decolagens estavam previstas para o período.
Para a Anac, grande parte dos atrasos ocorreu “por problema de malha das empresas aéreas nacionais e internacionais”. A TAM registrou 119 atrasos; a Gol, 104; a OceanAir, sete; e a Varig, três, segundo dados da agência.
Durante a tarde, passageiros que não conseguiram embarcar em um vôo da TAM com destino a Recife protestaram no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos.
O tumulto começou quando a porta da aeronave foi fechada porque não havia mais lugares disponíveis. Os passageiros, que aguardavam em um ônibus ao lado do avião, invadiram a pista. Com isso, a decolagem do vôo JJ 3508 ocorreu às 15h45, com aproximadamente duas horas de atraso.
Em nota, a empresa informou que 38 pessoas embarcariam para Recife em um vôo extra, na noite desta quarta, porque “não foi possível” embarcá-los à tarde –o motivo não foi confirmado. “Além do vôo extra, a companhia providenciou jantar e crédito em passagens para esses passageiros”, diz a nota.
Crise
Desde o final de outubro último, o setor aéreo enfrentou diversas seqüências de atrasos e cancelamentos de vôos.
Inicialmente, os problemas foram causados pela operação-padrão dos controladores de tráfego aéreo, que restabeleceram à força parâmetros internacionais de segurança. Recentemente, porém, houve atrasos também provocados por panes e falhas em equipamentos.
Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online e ANA PAULA RIBEIRO, da Folha Online, em Brasília

Fonte: Folha de São Paulo

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