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Começam as renovações milionárias

As maiores empresas do Brasil entre o céu – como as aéreas TAM, Varig , Gol e Embraer -, e a terra, como Braskem, começam a organizar seus road shows para apresentar o histórico do ano do programa de seguro para os resseguradores internacionais.
O objetivo é conseguir melhores condições por um preço menor para a renovação de suas milionárias apólices de seguros.
Essas empresas necessitam de valores que ultrapassam os US$ 300 milhões de capacidade ofertada pelo IRB Brasil Re em seu contrato automático ou tem riscos específicos. Em razão disso, negociam contratos, conhecidos como facultativos, diretamente no mercado internacional e que finalizados são submetidos a aprovação final do IRB.
Segundo Luiz Naganime, superintendente da Unibanco AIG, líder em grandes riscos no mercado brasileiro, os preços estão estáveis, com tendência para uma maior redução para aqueles riscos que apresentam boa performance individual e contínuo crescimento. As empresas que mostrarem boa sinistralidade, investimentos em segurança e em gerenciamento de riscos e ainda passarem a percepção de que vêem o seguro e o relacionamento com seguradores e resseguradores numa perspectiva de parceria de longo prazo poderão conseguir excelentes resultados nesta próxima renovação”, disse.
O grupo Gerdau, por exemplo, um dos assuntos mais comentados há um mês entre os executivos do setor, conseguiu uma redução de taxas próxima a 15%. Já a Companhia Siderúrgica Nacional e a Usiminas poderão encontrar alguma resistência, uma vez que geraram perdas superiores a US$ 600 milhões neste ano para o mercado de resseguros.
Marcelo Homburger, responsável pela Aon Re, informou que o mercado de riscos de propriedade, chamados de property, está com capacidade abundante. Isto faz com que os corretores possam realizar estratégias que visem a adoção de uma competição saudável entre os mercados quando determinado risco despertar interesse, e que em última análise permite se obter redução de prêmios. “Mas isso não significa que todos os mercados desejam entrar nos riscos brasileiros. Há mercados que preferem alocar seu capital para riscos que ofereçam prêmios mais elevados, em outras regiões geográficas”, disse.
As franquias passaram a ser um ponto importante para os resseguradores e clientes, a medida que quanto mais o segurado aceita assumir o risco, mais tranqüilo o ressegurador fica em relação aos investimentos em segurança e gerenciamento de risco. Por isso, os resseguradores mantêm uma certa resistência em alterar as franquias, uma vez que estão mais dispostos a avaliar as condições de preço do que as condições de retenção de risco. Esta foi a grande mudança que ocorreu quando iniciou-se o período de endurecimento do mercado, ao início do ano de 2000.
Os resseguradores se recusam a reduzir as franquias aos níveis anteriormente praticados, alegando que sua presença deve ser necessária quando houver um sinistro que possa alterar ou colocar em risco o nível econômico ou operacional de uma empresa.
Pelas declarações de importantes executivos na mídia internacional, o cenário é desanimador. Todos apontam para mais altas ou no mínimo a manutenção dos preços em alta. Jamie Veghte, executivo de resseguros da XL Capital, declarou em recente entrevista que a redução de preço por parte dos resseguradores poderia reduzir o capital das empresas. “Os preços nos EUA aumentaram depois dos furacões em 2005, que acabaram custando mais que US$ 80 bilhões à indústria. Se os preços caírem, mesmo que numa pequena margem, os resseguradores teriam problemas para pagarem novas catástrofes”, comentou no artigo.
Na Europa, os preços estão abaixo do adequado ainda, devido à concorrência acirrada, sendo necessário agora um aumento entre 10% e 15%. Desde janeiro, os resseguradores chegaram a dobrar as taxas cobradas para property nos EUA. A XL não está preocupada em crescer apenas em volume de prêmios. Ele disse que se os preços forem insuficientes para cobrirem os sinistros esperados, a XL preferirá ficar fora desses negócios.
Para Wilhelm Zeller, CEO da Hannover Re, as renovações deste ano no Japão e na Coréia, bem como nos EUA e Nova Zelândia foram bem sucedidas. Diante da diminuição de capacidade, as taxas permaneceram altas e em alguns segmentos subiram ainda mais. Por exemplo, registraram-se aumentos de mais de 100% no resseguro das empresas impactadas pelos furacões de 2005.
Para Patrick Thiele, CEO da Partner Re, o aumento de preço vem de áreas com menor capacidade pelo risco de exposição, como os EUA, e nos setores de energia. Neil Currie, CEO da Renaissance Re, disse em entrevista na mídia internacional que os preços aumentaram e as condições gerais melhoraram no último trimestre e o mesmo deve acontecer neste trimestre.

Fonte: Gazeta Mercantil

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