Capitalização cresce 11% no 1º semestre
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
O mercado de títulos de capitalização apresentou 11% de crescimento de reservas no primeiro semestre deste ano, acumulando R$ 10,8 bilhões. Já o faturamento do setor foi de R$ 3,38 bilhões, o que representa um crescimento de 2% em relação a 2005.
Até o final do ano, a previsão é que o incremento na reserva seja de 12%, atingindo R$ 11,7 bilhões, e o faturamento obtenha um crescimento de 7% no ano, chegando a casa dos R$ 7,4 bilhões. “No primeiro semestre vemos que não foram vendidos muitos títulos, mas quem os têm continua poupando. Também temos um comportamento diferente do consumidor, pois no início do ano eles sempre estão mais endividados. No segundo semestre o crescimento é maior”, afirma Rita Batista, presidente da Comissão de Capitalização da Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e Capitalização).
Para Rita, a diversificação dos produtos oferecidos nos últimos anos e o trabalho de divulgação dos títulos de capitalização tem ajudado a manter o crescimento do segmento. “A gente sempre posiciona o produto como algo a parte. Não é um investimento, pois não tem a mesma rentabilidade. Também não é jogo porque não tem retorno através apenas de sorteio. É o meio termo”, explica.
As empresas financeiras passaram a oferecer títulos que vão desde R$ 5 e R$ 5 mil para atender todo tipo de público. Os produtos também podem ser caracterizados com maior número de sorteios ou mais concentrados em valor. O perfil do público que mais procura é de classe média e baixa.
Vale lembrar que os títulos de capitalização são regulados pela mesma entidade que controla os seguros. Para a presidente de capitalização da Fenaseg, os produtos são muito diferentes. No caso da capitalização, o título tem que ser vendido. Já no do seguro é a pessoa que procura o produto quando necessita, como o de automóveis, residenciais entre outros.
Produto – Ela explica que o título é destinado para quem não consegue poupar dinheiro e acaba entrando em dívidas, ou gasta o dinheiro sem controle. Também não é necessário ser bancarizado para comprar um título de capitalização. “A pessoa vai pagar o mesmo por alguns meses e depois resgatar o dinheiro com correção, por isso, a ferramenta não deixa de ser um instrumento de formação de poupança. Já o sorteio é o diferencial, serve como uma recompensa para quem poupou?, afirma Rita destacando que se não tiver um compromisso, ?o brasileiro não guarda dinheiro.”
História – A capitalização não é uma novidade no Brasil. O produto chegou ao país pela Sul-América em 1929. Era uma forma de poupança trazida da França e que caiu no gosto do brasileiro por oferecer sorteio e um produto que ajudava a preservar a renda para quem não tem disciplina de guardar dinheiro. A partir do Plano Real e com a estabilização da moeda brasileira, o mercado deslanchou definitivamente.
Fonte: Diário do Grande ABC