Publicidade elimina jogadores
4 de Julho de 2006 – Os anunciantes que investem na Copa do Mundo e que têm espaço comprado até o final da competição estão revendo suas estratégias de comunicação com a desclassificação precoce do Brasil no sábado passado, no jogo contra a França. Uma das decisões é principalmente deixar de lado campanhas que tenham os jogadores como garotos-propaganda e substituir, por exemplo, por campanhas institucionais.
Neste ano, a Copa registrou um recorde de investimento em ações de marketing. Estima-se que R$ 3,5 bilhões foram alocados em comunicação associada ao futebol, mais de 15% do investimento publicitário anual do País.
No comércio, a eliminação da seleção interrompeu o eufórico movimento de vendas deflagrado pela competição, em especial a venda de produtos relacionados à seleção brasileira – de camisas oficiais a cornetas e bandeiras. O comércio informal deve ser o mais afetado, segundo a Fecomercio São Paulo. Nas lojas, esses produtos entraram em liquidação. A rede Wal-Mart já começou a baixar os preços em até 40% para 60 itens.
A procura nos supermercados por alimentos e bebidas relacionados à comemoração, como cerveja e carne, será afetada. “Mas, como tínhamos apenas mais dois jogos, não quer dizer uma perda tão grande. Quem tinha estoque pode redirecionar os produtos”, pondera Fernanda Della Rosa, diretora de assessoria econômica.
No Rio, os bares e restaurantes deixam de faturar cerca de R$ 10 milhões e o varejo deve registrar prejuízo de R$ 5 milhões com o estoque de camisas, cornetas e bandeiras verde-amarelas.
Páginas C-3 e C-6(Gazeta Mercantil/1ª Página – Pág. 1)(Camila Teich, Maria Luíza Filgueiras e Bruno Rosa)
Fonte: Gazeta Mercantil