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Plano de saúde é o benefício principal

Empresas adotaram a co-participação do funcionário como alternativa na
redução de custos. O plano de saúde é o benefício mais caro para as
empresas, de acordo com a 24ª Pesquisa de Benefícios realizada pela Towers
Perrin em 2005 e divulgada com exclusividade para este jornal. Em 2004, esse
item representava, em média, 7% dos gastos com folha de pagamento. No último
ano, este valor subiu para 9% por causa do aumento médio de 12,8% praticado
pelas operadoras.
“O reajuste superou o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que
foi de 8,45% ao ano, e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que
foi de 8,10% ao ano”, comenta Lais Perazo, gerente da área de consultoria em
saúde da Towers Perrin. Mesmo assim, todas as 231 companhias ouvidas pela
empresa oferecem plano de saúde a seus funcionários.
“As organizações não podem deixar de conceder o benefício porque é o mais
percebido pelos funcionários”, afirma Lais. Segundo ela, em um levantamento
anterior, apareceu em 3 lugar entre os fatores de retenção de pessoal. “E
quanto mais caro fica o serviço, mais valor tem para os colaboradores no
pacote de recompensa”, complementa a executiva.
Como alternativa para amenizar o impacto do gasto com saúde, as empresas
reduzem o benefício – optando por planos com cobertura menor e, portanto,
mais baratos. São oferecidos diferentes padrões de plano, de acordo com o
nível hierárquico. Por isso mesmo 48% do benefício concedido têm nível
básico e apenas 4% executivo.
O check-up é concedido separadamente por 62% dos participantes da pesquisa.
Dentro desse universo, 100% dos profissionais da diretoria são beneficiados.
Na gerência, são 65% os contemplados. Nas chefias e supervisão, o índice cai
para 17%. No nível administrativo e operacional atinge 9% e 8%,
respectivamente.
Ainda com vistas a reduzir custos, as organizações têm aumentado a
participação dos funcionários no pagamento da conta. A pesquisa aponta que
cresceu de 76% para 84% o número de companhias que adotam a co-participação
do usuário no custo do serviço.
Lais alerta que, ao tomarem essas medidas, as empresas precisam gerenciar a
percepção das pessoas. O objetivo é evitar uma eventual queda de
produtividade e de retenção, como resultado da avaliação negativa da
decisão. “A empresa que não faz isso corre o risco de perder em rendimento e
motivação”, ressalta.
Outra alternativa encontrada para reduzir os gastos com plano de saúde tem
sido a adoção de programas de gerenciamento da condição física dos
funcionários. Sessenta e seis por cento das companhias que participaram do
levantamento informaram adotar alguma iniciativa nesse sentido. Na maioria
delas, 33%, há programas de qualidade de vida. Outras têm programas de
prevenção de doenças (26%), gerenciamento de casos (20%) e gerenciamento de
doenças (15%), entre outros (6%).
“Além de representar uma redução de despesas no médio e longo prazo, já se
percebeu que incentivar os funcionários a adotar hábitos de vida mais
saudáveis melhora a produtividade, o ambiente de trabalho e diminui o
absenteísmo”, afirma a gerente da Towers Perrin. “As pessoas passam a viver
melhor e tornam-se mais felizes para trabalhar”, complementa.
Lais também recomenda a realização de campanhas de conscientização sobre o
custo do plano de saúde para incentivar o uso responsável do benefício e o
cuidado preventivo com a saúde. “Esse tipo de ação também reduz, no longo
prazo, os gastos nessa área.”
Depois do plano de saúde o benefício mais concedido pelas empresas é o
auxílio-alimentação (97%). A maior parte das companhias (65%) custeia entre
80% e 100% da alimentação. Em seguida, vem o seguro de vida, oferecido por
93% das organizações pesquisadas. O valor da cobertura é, quase sempre, um
múltiplo do salário.
Dentro da avaliação feita pela Towers Perrin a respeito do pacote de
benefícios, vale destacar o número de empresas que oferecem plano
odontológico aos funcionários, que vinha aumentando e, em 2005, manteve-se
em 76% e aparece em quarto lugar entre os benefícios mais concedidos.
A complementação de auxílio doença é oferecida por 74% das companhias
ouvidas. Os empréstimos fazem parte do pacote de 74% delas. Setenta e um por
cento inclui também a previdência privada. Segundo Lais, este benefício
apresenta clara consolidação dos planos de contribuição definida.
O benefício farmácia é oferecido por um número menor de companhias, 66%. E
os benefícios flexíveis por apenas 3%. A justificativa apresentada pelas
companhias foram: ter outras prioridades no momento (64%), estar fora da
estratégia de RH (32%), ter complexidade administrativa (27%), oferecer
riscos trabalhistas (10%), entre outras razões (6%).
Finalmente, os benefícios que aparecem como “outros” são auxílio-creche,
auxílio-funeral e auxílio educação.

Fonte: Gazeta Mercantil

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