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Vamos falar de … Tempo para si

Já dizia Bauman que vivemos em uma sociedade líquida com relações superficiais e efêmeras. Mas, na atual pandemia, o que percebemos são as conexões em tempos de desconexão. Famílias unidas pela “ameaça invisível” que, a cada dia, em especial nos países desenvolvidos, isola e também mata milhares de pessoas, e um cenário de ameaça a impérios por algo que não podemos ver a olho nu.

Entretanto, o que conseguimos enxergar ou pelo menos deveríamos, são as necessidades sendo interrompidas abruptamente, contra as vontades, desejos e vaidades. Observamos, em alguns casos, também a solidariedade. Mas, precisávamos de uma parada dessa para perceber isso tudo? Óbvio que não! O que está ocasionando esse isolamento é o medo de ser contaminado, não necessariamente contaminar.

A ignorância ainda persiste, para alguns por necessidade de incredulidade, para outros por não fazer sentido. Quantos pagarão o preço da falta de conhecimento? A negação do saber é a pior pandemia que poderíamos estar enfrentando nesse momento. A desconfiança em relação ao outro cresce, nos contamina e nos isola. E o homem cada vez dono de si, reserva sempre um pouco de egoísmo, travestido de empatia, ao perguntar-se “e eu”?

O que muitos ainda não pararam para refletir, ou se o fizeram não expuseram, é que já vivíamos um isolamento social digital voluntário com nossos celulares e tablets, tendo um milhão de amigos virtuais sem preservar os reais. Muitos temas estão sendo lembrados: “vamos cuidar dos idosos”, “o que farão pelos moradores em situação de rua?”, “vamos doar para as populações carentes…?”, mas por que precisamos de uma pandemia para tomar essas atitudes?

O mundo hiperconectado sucumbiu a algo que sabíamos ser possível, mas não acreditávamos. Seriam essas conexões que uniriam distâncias de forma obrigatória. Para muitos, sair ou não de casa antes era uma opção, agora é um desejo não satisfeito, uma angústia não saciada. Muitos de nós fomos forçados a fazer escolhas sobre em que lugar ficar, quem atender, como resignificar nossas carreiras… E um número infindável de profissionais que estavam tranquilos em suas posições, simplesmente perderam essa “paz”. Não sabemos quem seremos depois de tudo isso. Nem como o mundo estará. Sabemos que seremos diferentes, E esperamos ser melhores. E mesmo com dados, considerado o novo petróleo da modernidade, mais uma vez, muitas pessoas não transformam informação em conhecimento.

Essa parada obrigatória da humanidade serve para nos mostrar coisas que já tínhamos esquecido ou desmerecido:

_O valor da convivência: agora tem muita gente reaprendendo a conviver;

_A importância da solidariedade: se não pensarmos no outro, esquecemos de nós mesmos;

_O olhar mais sensível ao que realmente importa: saúde, tranquilidade, família, amizade;

_A priorização do tempo: incrível como muita gente descobriu como o tempo faz toda diferença;

_A renovação do contrato social: no isolamento estamos prezando por estarmos juntos mesmo que online.

Esse texto abaixo tem sido muito divulgado, recomendo. Boa leitura!

Despertar de paz 

“E as pessoas ficaram em casa. E leram livros, e escutaram, e descansaram, e se exercitaram, e fizeram arte, e jogaram jogos. E aprenderam novas formas de ser, e ser em quietude. E ouviram mais profundamente. Algumas meditaram, algumas rezaram, algumas dançaram. Algumas encontraram suas sombras. E as pessoas começaram a pensar diferente. E começaram a se curar. E na ausência de pessoas vivendo na ignorância, no perigo, no egoísmo e na inconsciência, a Terra começou a se curar. E quando o perigo passou, e as pessoas se juntaram novamente, elas choraram seus mortos e fizeram novas escolhas, e sonharam sonhos novos e criaram novas formas de viver e de curar completamente a Terra, da mesma forma que eles haviam sido curados”.

(Texto atribuído a Kitty O’ Meara)

“A vida é fascinante, vale a pena viver eu estou aqui e eu sou humano!” Bauman

Precisamos parar! Vamos sair dessa juntos! Vamos sair dessa diferentes! Vamos sair dessa melhores!

Karina Uchôa

Palestrante na área de gestão de pessoas, compliance, gestão de conflitos, assédio moral e sexual nas instituições. Idealizadora do projeto Profissional Mulher para qualificação profissional de
mulheres vítimas de violência. Formada em Direito e especialista em Filosofia e Psicanálise. Mais de 15 anos de experiência em palestras e cursos por todo o Brasil.
Co-Founder e gestora em qualidade de vida no trabalho da K Smart Business Solutions, empresa que propõe soluções de negócios nas áreas de desenvolvimento profissional e tecnologia. Idealizadora do
projeto Profissional Mulher para qualificação de mulheres vítimas da violência e empreendedorismo feminino.
Transformo conflitos em soluções inteligentes para o core business.

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