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A comunicação em prol do seguro rural

O papel do Brasil na produção agrícola deve manter o setor aquecido

Tempos atrás me perguntaram: por que você quis atuar no subnicho de um nicho fundamental para a proteção da sociedade? E ainda mais agora quando ninguém sabe o que será do seguro rural neste atual contexto. Essa é uma pergunta constante: as pessoas me rodeiam e, ao final, é a mesma pergunta, com palavras e intenções diferentes.

Eu sempre respondo que me fascinei pelo setor quando comecei a escrever matérias específicas sobre o assunto. Os textos refletiam essa minha paixão. Resultado: fui premiada por três anos consecutivos pelo Sincor-GO e finalista no prêmio da Fenacor. Mas isso não responde às indagações se considerarmos o atual momento do seguro rural: uma subvenção quase inexistente, cultura do seguro baixa, aumento dos eventos climáticos, além da influência da taxação americana a algumas produções agrícolas brasileiras.

Eu acredito no setor porque eu acredito no potencial do Brasil. O único país capaz de alimentar o mundo, com terras produtivas, pessoas que gostam de trabalhar com a terra para torná-la rentável.

Certa vez eu ganhei um livro chamado “Agro é Paz – Análises e propostas para o Brasil alimentar o mundo”, de 2018, organizado pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. Estava pesquisando a obra para fazer uma das matérias e fiquei impressionada com os números e dados que estavam ali. Um trecho da apresentação do livro diz (…) “Se espera que a contribuição brasileira à produção alimentar deva ter um incremento de 41%, uma vez que os grandes países ou grupos de países produtores ficariam muito aquém da demanda (…)”

E hoje isso se confirma. Segundo a OCDE – Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico – o país ainda desempenha esse papel crucial na segurança alimentar global. Ou seja, o agro brasileiro tem grande potencial, sendo um dos principais fornecedores de alimentos do mundo.

Um estudo da OCDE afirma que, no período de dez anos, será preciso aumentar a oferta global de comida em 20%. No caso do Brasil, seu papel é ampliar essa oferta em 40%, o dobro das necessidades do mundo. É um desafio que exige estratégia comercial, de produção, logística e política.

Hoje, segundo alguns levantamentos do IBGE e da CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – o agronegócio corresponde a cerca de 25% do PIB do país. De acordo com a Embrapa, temos 30,2% das terras do país para o uso agropecuário, o que nos leva à liderança mundial na produção e exportação de soja, açúcar, café, carne de frango e suco de laranja (dados da Agroadvance).

É por isso que o seguro rural e suas modalidades são de suma importância para o nosso país. Como produzir mais, sem ter segurança de produção? Como exportar mais, ter mais produtividade e lucro, se não haver estratégia comercial e política? E, acima de tudo, como ter segurança financeira para os players terem simbiose em todos os processos?

Fato indiscutível: o seguro rural é oficialmente reconhecido. Há outras modalidades de proteção surgindo no novo cenário como o seguro paramétrico, seguro para catástrofes, estes, caminhando de mãos dadas com o rural, o agro, o pecuário, florestal, entre outros.

Há dois anos o Portal Seguro Rural Brasil está no ar para que essas informações, essa cultura seja disseminada entre agricultores e pecuaristas. Com esta iniciativa, o produtor certamente ganha novas oportunidades no mercado segurador e reforça o uso intensivo da tecnologia na gestão de riscos.

Eu continuo na labuta e na missão para que a comunicação entre os atores seja eficiente, clara e que, com isso, não somente eles, mas todo o país possa colher segurança em sua produção.

Tany Souza
jornalista, editora do Portal Seguro Rural Brasil | Website

Atuou como repórter na Revista Cobertura, cobrindo eventos e produzindo conteúdos especializados sobre vários segmentos do seguro. Foi premiada por três anos consecutivo em 1º lugar no Prêmio Sincor-GO de Jornalismo, um prêmio voltado para matérias sobre seguro rural. Esteve por quatro anos sequenciais entre as finalistas do prêmio Fenacor de Jornalismo, ocupando o 2º lugar na categoria imprensa Especializada, em 2017.

Tany Souza

Atuou como repórter na Revista Cobertura, cobrindo eventos e produzindo conteúdos especializados sobre vários segmentos do seguro. Foi premiada por três anos consecutivo em 1º lugar no Prêmio Sincor-GO de Jornalismo, um prêmio voltado para matérias sobre seguro rural. Esteve por quatro anos sequenciais entre as finalistas do prêmio Fenacor de Jornalismo, ocupando o 2º lugar na categoria imprensa Especializada, em 2017.

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